Wellington Sversut - Bauru - Brasil

Nietzsche - espírito dionisíaco

O que cria a obra de arte?

Filosofia: da Arte ou Estética
Tema: o espírito dionisíaco
Filósofo: Friedrich Nietzsche (1844 – 1900)
Obra: O Nascimento da Tragédia (1872)

Biografia

Friedrich Nietzsche (1844 – 1900). Filósofo alemão (nascido na Prússia). Nietzsche é um dos pensadores mais originais do Século XIX. Iniciou sua obra através de uma reflexão sobre a cultura grega e sua influência no desenvolvimento do pensamento ocidental. Identificou aí dois elementos fundamentais: o espírito apolíneo, representando a ordem, a harmonia e a razão; e o espírito dionisíaco, representando o sentimento, a ação, a emoção: em nossa tradição cultural o espírito apolíneo teria triunfado sufocando tudo que é. na expressão de Nietzsche, "afirmativo da vida'.

Habilidade:
ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros


“Cavalgada das Valquírias", Ato III, de Richard Wagner

SESC Pompéia - As Bacantes - Eurípedes

SESC Araraquara - As Bacantes - Eurípedes

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

O Nascimento da Tragédia

Teremos dado um grande passo em direção à ciência estética quando tivermos alcançado não só a compreensão lógica, mas a certeza intuitiva imediata de que o desenvolvimento da arte está ligado à duplicidade do apolíneo e do dionisíaco; do mesmo modo que uma geração depende da dualidade de sexos, por meio de uma luta permanente e uma reconciliação que só acontece periodicamente. (...)
Das duas divindades artísticas, Apolo e Dionísio, deriva o nosso conhecimento de que no mundo grego existe uma enorme contraposição, de origens e fins, entre a arte do escultor, apolínea, e a arte não figurativa da música, ou seja, a arte de Dionísio. (...)
Ambos esses impulsos, tão diferentes entre si, caminham lado a lado, geralmente em aberto contraste entre si e estimulando-se reciprocamente a dar à luz novos frutos, sempre mais vigorosos, para que neles se perpetue a luta daquela antítese que o termo geral de arte só supera aparentemente; até que, por fim, graças a uma milagrosa intervenção metafísica da vontade helênica, comparecem juntos e nesse acasalamento engendram finalmente a obra de arte tão dionisíaca quanto apolínea que é a tragédia ática.
Para nos aproximarmos mais desses dois impulsos, comecemos por imaginá-los como os mundos artísticos separados do sonho e da embriaguez; entre esses fenômenos fisiológicos nota-se um contraste correspondente àquele que subsiste entre o apolíneo e o dionisíaco. (...)
Essa feliz necessidade da experiência onírica também foi expressa pelos gregos no seu Apolo: Apolo, enquanto deus de todas as forças figurativas, é ao mesmo tempo o deus vaticinante. Ele, que segundo sua etimologia é o resplandecente, a divindade da luz, domina também a bela aparência do mundo interior da fantasia. (...)
Se a esse horror juntarmos o arrebatamento extático que nasce da mais íntima interioridade do homem, antes da natureza, pela própria violação do princípio de individuação, teremos então uma visão da essência do dionisíaco, da qual nos aproximamos mais por meio da analogia da embriaguez.
Ou por influência de bebidas narcóticas, exaltadas por todos os homens e povos originários, ou pelo poderoso aproximar-se da primavera, que alegremente invade toda a natureza, despertam-se aqueles impulsos dionisíacos, em cuja exaltação o subjetivo desaparece no completo esquecimento de si. (...)

Dicionário Filosófico

Espírito Dionisíaco – é, numa extrema síntese, o espírito da vida, que Nietzsche contrapõe à apolínea e mortífera razão. Enquanto esta nasce da fuga diante da imprevisibilidade dos eventos da existência real – que procura cristalizar com leis, regras e interpretações variadas -, o dionisíaco aceita a vida em todas as suas formas, compreendidos o caos, o acaso e a falta de significado. Logo, para Nietzsche, Dionísio e Apolo são respectivamente símbolos de vida e de morte, força vital e racionalidade, saúde e doença, instinto e intelecto, escuridão e luz, devir e imobilidade, embriaguez e sonho.

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo
1 – No texto Nietzsche afirma que o desenvolvimento da arte só pode acontecer com a ligação entre o apolíneo e o dionisíaco.
( ) Verdadeiro ( ) Falso
2 – O espírito apolíneo exprime-se ________________________________ (na música / nas artes plásticas); o dionisíaco _________________________ (na música / nas artes plásticas).
3 – Em qual gênero teatral o mundo grego encontrou uma síntese entre as duas tendências?
( ) na tragédia ( ) na comédia ( ) na ficção ( ) no romance
4 – Faça a relação:
(A) Apolíneo ( ) Sonho
(B) Dionisíaco ( ) Embriaguez
5 – Outra relação:
(A) Artista apolíneo
(B) Artista dionisíaco
( ) Produz arte como um clarão ilusório
( ) Produz arte com a sua própria vida
6 – O que é o espírito dionisíaco?
7 – Pesquise a obra teatral de Eurípedes “As Bacantes” e responda:
a) Quem são As Ménades?
b) Em qual contexto se passa a peça?
c) O que ocorreu com o rei Penteu durante a trama?
d) O que fez Agave com seu filho e o que lhe acontece como castigo?
8 - VESTIBULAR (UFSJ - 2012) 
Nietzsche identificou os deuses gregos Apolo e Dionísio, respectivamente, como:
a) complexidade e ingenuidade: extremos de um mesmo segmento moral, no qual se inserem as paixões humanas.
b) movimento e niilismo: polos de tensão na existência humana.
c) alteridade e virtu: expressões dinâmicas de intervenção e subversão de toda moral humana.
d) razão e desordem: dimensões complementares da realidade.

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