Wellington Sversut - Bauru - Brasil

Bauman - pós-modernidade

O que é a modernidade líquida?

Filosofia Política
Temas: pós-modernidade / insegurança / utopia
Filósofo: Bauman, Z. (1925 – 2017)
Obra: Tempos Líquidos (2007)

Biografia

Bauman (1925 - 2017) foi um sociólogo e filósofo polonês, professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia.

Habilidade:
ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros

BAUMAN - O que é Modernidade Líquida?

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

Tempos Líquidos (2007)

Entrando corajosamente no viveiro das incertezas

Pelo menos na parte "desenvolvida" do planeta, têm acontecido, ou pelo menos estão ocorrendo atualmente, algumas mudanças de curso seminais e intimamente interconectadas, as quais criam um ambiente novo e de fato sem precedentes para as atividades da vida individual, levantando uma série de desafios inéditos.
Em primeiro lugar, a passagem da fase "sólida" da modernidade para a "líquida" - ou seja, para uma condição em que as organizações sociais (estruturas que limitam as escolhas individuais, instituições que asseguram a repetição de rotinas, padrões de comportamento aceitável) não podem mais manter sua forma por muito tempo (nem se espera que o façam), pois se decompõem e se dissolvem mais rápido que o tempo que leva para moldá-las. (...)
Em segundo lugar, a separação e o iminente divórcio entre o poder e a política, a dupla da qual se esperava, desde o surgimento do Estado moderno e até muito recentemente, que compartilhasse as fundações do Estado-nação "até que a morte os separasse". Grande parte do poder de agir efetivamente, antes disponível ao Estado moderno, agora se afasta na direção de um espaço global (e, em muitos casos, extraterritorial) politicamente descontrolado, enquanto a política - a capacidade de decidir a direção e o objetivo de uma ação - é incapaz de operar efetivamente na dimensão planetária, já que permanece local. (...)
Em terceiro lugar, a retração ou redução gradual, embora consistente, da segurança comunal, endossada pelo Estado, contra o fracasso e o infortúnio individuais retira da ação coletiva grande parte da atração que esta exercia no passado e solapa os alicerces da solidariedade social. A "comunidade", como uma forma de se referir à totalidade da população que habita um território soberano do Estado, parece cada vez mais destituída de substância. (...)
Em quarto lugar, o colapso do pensamento, do planejamento e da ação a longo prazo, e o desaparecimento ou enfraquecimento das estruturas sociais nas quais estes poderiam ser traçados com antecedência, leva a um desmembramento da história política e das vidas individuais numa série de projetos e episódios de curto prazo que são, em princípio, infinitos e não combinam com os tipos de sequências aos quais conceitos como "desenvolvimento", "maturação", "carreira" ou "progresso" (todos sugerindo uma ordem de sucessão pré-ordenada) poderiam ser significativamente aplicados. (...)
Em quinto lugar, a responsabilidade em resolver os dilemas gerados por circunstâncias voláteis e constantemente instáveis é jogada sobre os ombros dos indivíduos - dos quais se espera que sejam "free-choosers" e suportem plenamente as consequências de suas escolhas. Os riscos envolvidos em cada escolha podem ser produzidos por forças que transcendem a compreensão e a capacidade de ação do indivíduo, mas é destino e dever deste pagar o seu preço, pois não há receitas endossadas que, caso fossem adequadamente aprendidas e diligentemente seguidas, poderiam permitir que erros fossem evitados, ou que pudessem ser, em caso de fracasso, consideradas responsáveis.

Dicionário Filosófico

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – De acordo com Bauman, estamos presenciando, neste início de século, mudanças interconectadas que trazem desafios inéditos. O primeiro desafio é a passagem da fase “sólida” da modernidade para a fase “líquida”. O que isto significa?
( ) significa que as organizações sociais não podem mais manter sua forma por muito tempo, pois se decompõem e se dissolvem mais rápido que o tempo que leva para moldá-las.
( ) significa que as organizações sociais podem manter sua forma por muito tempo, pois se compõem e se dissolvem muito lentamente através dos séculos.
2 – O segundo desafio é a separação entre o poder e a política. Qual é o efeito disso?
( ) O efeito é que o poder de agir passa a ser global sem controle político do objetivo da ação.
( ) O efeito é que o poder de agir passa a ser local com controle político do objetivo da ação.
3 – O terceiro desafio é a diminuição da segurança contra o fracasso individual retirando, assim, a força da ação coletiva e da solidariedade social. Neste caso o que acontece com o sentido de “comunidade”?
( ) fica destituída de substância
( ) fica instituída de ampliação
4 – O quarto desafio é o colapso do pensamento, do planejamento e da ação a longo prazo. Para onde este desafio nos leva?
( ) histórias e vidas individuais são realizadas a curto prazo
( ) histórias e vidas individuais são realizadas a longo prazo
5 – O quinto desafio coloca a responsabilidade para resolver dilemas no indivíduo e não em forças sociais. Quais são as consequências desta responsabilidade?
( ) os indivíduos devem suportar plenamente as consequências de suas escolhas
( ) o governo deve suportar plenamente as consequência de suas políticas
6 – Faça a relação entre os cinco desafios e seus respectivos exemplos.
(A) Primeiro desafio
(B) Segundo desafio
(C) Terceiro desafio
(D) Quarto desafio
(E) Quinto desafio
( ) a organização social chamada de família tradicional, normalmente formada pelo pai e mãe, unidos por matrimônio, e por um ou mais filhos, foi ampliada para laços de afetividade e não só sanguíneos.
( ) o terrorismo mundial realiza ataques localizados a elementos ou instalações de um governo ou da população governada, de modo a incutir medo, pânico, e, na maioria dos casos, não possuem controle político institucional.
( ) os sindicatos têm perdido força para realizarem acordos coletivos, deixando para o empregado (colaborador) de forma individual a negociação nas relações trabalhistas.
( ) o personagem George Bailey do filme “A felicidade não se compra” planeja viajar pelo mundo, porém seu pai falece e ele tem que assumir a administração do empreendimento; quer cursar uma faculdade, porém os EUA entram em guerra, seu irmão é convocado e ele tem que continuar com os negócios da família.
( ) a promoção do indivíduo está em função de seus méritos, ou seja, sua aptidão, sua inteligências, suas virtudes, seu trabalho, sua competência e esforços.
7 – (VESTIBULAR) As formas de vida contemporânea, segundo o sociólogo polonês (Zygmunt Bauman), se assemelham pela vulnerabilidade e fluidez, incapazes de manter a mesma identidade por muito tempo, o que reforça um estado temporário e frágil das relações sociais e dos laços humanos. Essas mudanças de perspectivas aconteceram em um ritmo intenso e vertiginoso a partir da segunda metade do século XX. Com as tecnologias, o tempo se sobrepõe ao espaço. Podemos nos movimentar sem sair do lugar.
No trecho acima, Bauman, considerado um dos principais filósofos da contemporaneidade, define o tempo presente como:
a) modernidade absoluta
b) modernidade sólida
c) modernidade conservadora
d) modernidade líquida

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