Pode-se persuadir um interlocutor por meio de vias não racionais?
Filosofia do Conhecimento
Temas: retórica / eloquência / oratória / erística
Filósofo: Górgias (480 a.C. – 375 a.C.)
Obra: Elogio de Helena
Temas: retórica / eloquência / oratória / erística
Filósofo: Górgias (480 a.C. – 375 a.C.)
Obra: Elogio de Helena
Biografia
Górgias de Leontini (480 a.C. – 375 a.C.) foi professor de retórica, filósofo e embaixador em Atenas, tendo ensinado na Sicília e em várias cidades gregas até estabelecer-se na Tessália, local onde morreu com 105 anos de idade.
Górgias de Leontini (480 a.C. – 375 a.C.) foi professor de retórica, filósofo e embaixador em Atenas, tendo ensinado na Sicília e em várias cidades gregas até estabelecer-se na Tessália, local onde morreu com 105 anos de idade.
http://dagobah.com.br/o-movimento-sofista-de-kerferd-com-alguns-comentarios-parte-1/
Filosofia para Principiantes - Richard Osborne |
Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo
Elogio de Helena
Se Helena foi raptada pela força e, contra a lei, violentada e, contra a justiça, ultrajada, é claro que a culpa é do raptor, enquanto ultraje como é claro que a raptada, enquanto ultrajada, sofreu uma desventura... Se for a palavra a persuadi-la e a iludir o seu ânimo, isso tampouco é difícil desculpar e justificar.
De fato, a palavra é um grande dominador que, com minúsculo e invisível corpo, realiza mui divinos empreendimentos; de fato, consegue acalmar o medo, eliminar a dor; suscitar a alegria e aumentar a piedade. E explicarei como isso se dá. (...)
E quantos, a quantos, tantas coisas fizeram e fazem crer, forjando um falso discurso! E se todos tivessem, sobre todas as coisas, das passadas, lembrança, das presentes, consciência, das futuras, previsão, não teria igual eficácia o mesmo discurso, tal como é para aqueles que precisamente não conseguem lembrar o passado nem meditar sobre o presente nem intuir o futuro; assim, na maior parte dos casos, a maioria oferece como conselheira da alma a impressão do momento. Impressão esta que, por ser falaz e incerta, para falaz e incerto destino arrasta aqueles que fazem uso dela.
Que motivo, pois, impede de acreditar que Helena tenha sido arrastada pelas lisonjas das palavras, e não tanto por sua vontade, como se fosse raptada com violência? Constatar-se-ia assim o império da persuasão, o qual, mesmo sem ter a aparência da inevitabilidade, tem, no entanto, o seu poder. De fato, um discurso que tenha persuadido uma mente constrange a mente que foi persuadida a acreditar no que foi dito e a consentir no que é feito. Logo, quem persuadiu, ao exercer uma coação, é culpado; ao passo que, quem foi persuadida, sendo constrangida pela força da palavra, é injustamente difamada.
E como a persuasão, unida à palavra, consegue conformar como quiser a alma, deve-se aprender, em primeiro lugar os raciocínios dos meteorologistas (...). Em segundo lugar, os debates oratórios de necessidade pública (políticos e judiciários), nos quais um único discurso não sugerido pela verdade, mas escrito com habilidade, costuma deleitar e persuadir o grande público. (...)
Existe entre o poder da palavra e a disposição da alma a mesma relação existente entre a disposição dos remédios e a natureza do corpo. Como, com efeito, alguns remédios eliminam do corpo certos humores, e outros, outros humores; e alguns interrompem a doença, e outros, a vida. Assim também são os discursos: alguns produzem dor, outros, deleite, outros, medo, outros inspiram coragem aos ouvintes, outros, enfim, com alguma persuasão perversa, envenenam a alma e a enfeitiçam. Eis explicado assim que se ela (Helena) foi persuadida pela palavra não teve culpa, mas desventura... (...)
Quis escrever este discurso para que servisse à Helena como elogio e, a mim, como jogo dialético.
Dicionário Filosófico
Sofistas – Se compunham de grupos de mestres gregos que viajavam de cidade em cidade realizando debates públicos para atrair estudantes, de quem cobravam taxas para oferecer-lhes educação. O foco central de seus ensinamentos concentrava-se no logos ou discurso, com foco em estratégias de argumentação (retórica).
Retórica – A retórica é a técnica (ou a arte, como preferem alguns) de convencer o interlocutor através da oratória, ou outros meios de comunicação. Classicamente, o discurso no qual se aplica a retórica é verbal, mas há também — e com muita relevância — o discurso escrito e o discurso visual.
Os sofistas descobriram que o logos pode ser usado também para mentir, para seduzir e impressionar favoravelmente os ouvintes.
Os sofistas descobriram que o logos pode ser usado também para mentir, para seduzir e impressionar favoravelmente os ouvintes.
Erística – Arte da disputa, derivada sobretudo da prática dos sofistas que a desenvolveram e sistematizaram. Em um sentido pejorativo, significa argumentação que visa ao sucesso contra o adversário, independentemente da preocupação com a verdade.
Ágora - ("assembleia", "lugar de reunião") é um termo grego que significa a reunião de qualquer natureza, geralmente empregada por Homero como uma reunião geral de pessoas. A ágora parece ter sido uma parte essencial da constituição dos primeiros estados gregos.
Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo
1 – De acordo com o texto de Górgias “Elogio de Helena”:
a) Ele culpa ou inocenta Helena?
b) Quem é o verdadeiro culpado?
2 – O que consegue “consegue acalmar o medo, eliminar a dor; suscitar a alegria e aumentar a piedade.”?
( ) o remédio ( ) a oração
( ) a palavra ( ) a medicina
3 – “Que motivo, pois, impede de acreditar que Helena tenha sido arrastada pelas lisonjas das palavras, e não tanto por sua vontade, como se fosse raptada com violência?”
( ) o poder da trama ( ) o poder da astúcia
( ) o poder da audácia ( ) o poder da persuasão
4 – Para identificar um falso discurso precisaríamos ter, segundo Górgias:
(A) do passado ( ) intuição e previsão
(B) do presente ( ) lembrança e reminiscência
(C) do futuro ( ) consciência, meditação, reflexão
5 – Quem foram os sofistas?
6 – O que ensinavam?
7 – Quais eram os mais importantes?
8 – Qual deles disse a frase “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são”.
9 – O que é retórica?
10 – O que é erística?
11 – O que é persuasão?
12 – Górgias compara o discurso com o remédio. “Este elimina do corpo certos humores, e outros, outros humores; e alguns interrompem a doença, e outros, a vida”. E o discurso o que causa?
13 – (VESTIBULAR) Na Grécia antiga, principalmente na cidade de Atenas no século V a.C., desenvolveu-se uma corrente de pensadores conhecidos como Sofistas. Tidos como “sábios”, eram pagos para ensinar os jovens principalmente a arte da argumentação. Abaixo, CONSIDERE as afirmações sobre a importância que esta (arte) tinha em seu pensamento.
I – Os sofistas não acreditavam na verdade absoluta, para eles o importante era conseguir convencer os outros de suas ideias.
II – (BLOG DO ENEM) Os sofistas acreditavam que uma boa argumentação era a única maneira de se chegar ao conhecimento da verdade absoluta.
III – Os sofistas acreditavam que através dos argumentos era possível se chegar ao Mundo das Formas (Ideias) através da dialética.
A) Apenas a III é verdadeira.
B) Apenas a I é verdadeira
C) Apenas a I é falsa.
D) Apenas a II é verdadeira.
E) Apenas a II é falsa.
14 - Entre no BLOG DO ENEM e faça o Simulado sobre Os Sofistas.
15 – Palavras Cruzadas sobre os
Pré-Socráticos e os Sofistas
Dicas
Horizontais
3. Disse "Não nos banhamos duas vezes no mesmo
rio"; defendia o devir.
7. O princípio para Pitágoras.
10. Defendia a água como princípio.
12. Defendia a transmigração das almas.
13. Significa não divisível.
14. O princípio para Tales.
16. O princípio para Heráclito.
18. Dizia que o ser é.
20. É o estado do que é; exerce a dupla função de verbo
absoluto e verbo de ligação.
25. Defendia o indeterminado, o infinito como princípio.
26. Doutrina onde a natureza deriva de um único princípio;
contrapõe-se ao dualismo.
27. Arte da disputa no debate.
28. Para ele os princípios eram quatro: terra, ar, fogo e
água.
29. O mesmo que natureza.
Verticais
1. Mudança constante, perenidade.
2. O mesmo que princípio.
4. Estudo do ser.
5. Mestre de Demócrito.
6. O mesmo que movimento.
8. Transmigração da alma de um corpo para outro após a
morte.
9. Para ele o homem é a medida de todas as coisas.
11. Significa razão, discurso, pensamento, explicação, palavra,
etc.
15. O princípio para Anaximandro.
17. Famoso sofista; defendeu a não-culpabilidade de Helena
quanto a sua traição conjugal.
19. Discípulo de Parmênides; famoso por seus paradoxos
contra o movimento.
21. Técnica para convencer o interlocutor.
22. Defendia o ar como princípio.
23. Defendia a teoria atômica.
24. Ensinavam retóricas e eloquência aos jovens.
Enigma
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