Ainda vivemos a sociedade do espetáculo ou já estamos no hiperespetáculo?
Filosofia Política
Temas: mercadoria / consumo
Temas: mercadoria / consumo
Filósofo: Debord (1931 - 1994)
Obra: A Sociedade do Espetáculo (1967)
Biografia
Guy Debord (1931 - 1994) foi um escritor francês. Foi um dos pensadores da Internacional Situacionista e da Internacional Letrista e seus textos foram a base das manifestações do Maio de 68.
Guy Debord (1931 - 1994) foi um escritor francês. Foi um dos pensadores da Internacional Situacionista e da Internacional Letrista e seus textos foram a base das manifestações do Maio de 68.
The Truman Show - Trailer
Habilidade: ler textos
filosóficos de modo significativo
A Sociedade do Espetáculo (1967)
O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens. O espetáculo, compreendido na sua totalidade, é ao mesmo tempo o resultado e o projeto do modo de produção existente. Ele não é um suplemento ao mundo real, uma decoração adicionada. É o coração da irrealidade da sociedade real. Sob todas as suas formas particulares, informação ou propaganda, publicidade ou consumo direto de divertimentos, o espetáculo constitui o modelo presente da vida socialmente dominante. Ele é a afirmação onipresente da escolha já feita na produção, e o consumo que decorre dessa escolha.
Capítulo II
A
mercadoria do espetáculo
35
Neste movimento essencial do espetáculo
– que consiste em ingerir tudo o que existe na atividade humana em estado fluído para depois vomitá-lo em
estado coagulado, para que as coisas assumam seu valor exclusivamente pela formulação em negativo do valor vivido –
nós reconhecemos a nossa velha inimiga que embora pareça trivial à primeira
vista é intensamente complexa e cheia de sutilezas metafísicas, a mercadoria.
36
É pelo princípio do fetichismo da
mercadoria, a sociedade sendo dominada por “coisas suprassensíveis embora
sensíveis”, que o espetáculo se realiza absolutamente. O mundo sensível é
substituído por uma seleção de imagens que existem acima dele, ao mesmo tempo
em que se faz reconhecer como o sensível por excelência.
37
O mundo ao mesmo tempo presente e
ausente que o espetáculo apresenta é
o mundo da mercadoria dominando tudo o que é vivido. O mundo da mercadoria é
mostrado como ele é, com seu
movimento idêntico ao afastamento dos
homens entre si, diante do seu produto global.
42
O espetáculo é o momento em que a
mercadoria chega à ocupação total da
vida social. Tudo isso é perfeitamente visível com relação à mercadoria, pois
nada mais se vê senão ela: o mundo visível é o seu mundo.
49
O espetáculo é a
outra face do dinheiro: o equivalente geral abstrato de todas as mercadorias.
Mas se o dinheiro dominou a sociedade enquanto representação da equivalência
central, isto é, do caráter permutável dos bens múltiplos cujo uso permanecia
incomparável, o espetáculo é o seu complemento moderno desenvolvido, onde a
totalidade do mundo mercantil aparece em bloco como uma equivalência geral ao
que o conjunto da sociedade pode ser e fazer. O espetáculo é o dinheiro que se olha somente, pois nele é já a
totalidade do uso que se trocou com a totalidade da representação abstrata. O
espetáculo não é somente o servidor do pseudo-uso,
é já, em si próprio, o pseudo-uso da vida.
Dicionário
Filosófico
Sociedade
de consumo é um termo utilizado para designar o tipo
de sociedade que se encontra
numa avançada etapa de desenvolvimento industrial capitalista e que se caracteriza
pelo consumo massivo de bens e serviços disponíveis, graças a elevada produção.
Habilidade: elaborar por
escrito o que foi apropriado de modo reflexivo
1 – De acordo com Debord o espetáculo
(na sociedade) não é um conjunto de
imagens. O que é ele então?
2 – “O espetáculo, compreendido na sua totalidade, é ao mesmo tempo o
resultado e o projeto do modo de produção existente”. Pesquise o
conceito em destaque.
3 – No parágrafo 35 responda em uma
palavra quem é a “velha inimiga intensamente complexa e cheia de sutilezas
metafísicas”?
4 – Sobre o parágrafo 36 assista ao vídeo do professor Paulo Ghiraldelli disponível em
4 – Sobre o parágrafo 36 assista ao vídeo do professor Paulo Ghiraldelli disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=dKKgCYBBVn4
sobre o fetiche da mercadoria e responda qual é a
mercadoria usada como exemplo para “coisas suprassensíveis embora
sensíveis”.
5 – Leia o parágrafo 37 e responda qual
dos três conceitos abaixo é o que corresponde ao texto:
(
) reificação ( ) autonomia ( ) emancipação
6 – No parágrafo 42, qual é o mundo da
mercadoria?
7 – No parágrafo 49 responda em uma
palavra qual é o equivalente geral abstrato de todas as mercadorias?
8 – De acordo com o dicionário
filosófico o que designa o termo sociedade de consumo?
9 – De modo geral o parágrafo 49 é...
(
) crítico em relação ao nosso modo de viver (nossa sociedade)
(
) apologético em relação ao nosso modo de viver (nossa sociedade)
10 – (UNESP 2019)
A sociedade do espetáculo
corresponde a uma fase específica da sociedade capitalista, quando há uma
interdependência entre o processo de acúmulo de capital e o processo de acúmulo
de imagens. O papel desempenhado pelo marketing, sua onipresença, ilustra
perfeitamente bem o que Guy Debord quis dizer: das relações interpessoais à
política, passando pelas manifestações religiosas, tudo está mercantilizado e
envolvido por imagens. Assim como o conceito de “indústria cultural”, o
conceito de “sociedade do espetáculo” faz parte de uma postura crítica com
relação à sociedade capitalista. São conceitos que procuram apontar aquilo que
se constitui em entraves para a emancipação humana.
(Cláudio N. P. Coelho. “Mídia e poder na sociedade do espetáculo”)
Segundo o texto, (Cláudio N. P. Coelho. “Mídia e poder na sociedade do espetáculo”)
a) a transformação da cultura em mercadoria é uma característica fundamental desse fenômeno social.
b) a padronização da estética pela sociedade do espetáculo restringe-se ao campo da publicidade.
c) a hegemonia do espetáculo desempenha papel fundamental na formação da autonomia do sujeito.
d) o universo estético de produção das imagens não é determinado pela base material da sociedade.
e) o conceito de sociedade do espetáculo realiza uma reflexão contestadora sobre a indústria cultural.
11 – ETAPA-ENEM
“A primeira
fase da dominação da economia sobre a vida social acarretou, no modo de definir
toda realização humana, uma evidente degradação do ser para o ter. A fase atual
em que a vida social está totalmente tomada pelos resultados da economia, leva
a um deslizamento generalizado do ter para o aparecer, do qual todo ter efetivo
deve extrair seu prestígio imediato a sua função última. Ao mesmo tempo, toda
realidade individual tornou-se social, diretamente dependente da força social,
moldada por ela” Debord, A sociedade do espetáculo.
Uma
manifestação contemporânea do fenômeno descrito no texto é o(a)
a) Valorização dos conhecimentos acumulados.
b) Exposição nos meios de comunicação.
c) Aprofundamento da vivência espiritual.
d) Fortalecimento das relações interpessoais.
e) Reconhecimento na esfera artística.
Nenhum comentário:
Postar um comentário