Wellington Sversut - Bauru - Brasil

Ghiraldelli - filosofia

Filosofia, o que é?

Filosofia do Conhecimento
Tema: a filosofia
Filósofo: Ghiraldelli, P. Jr. (1957)
Obra: Filosofia, o que é? (Artigo de 2008)

Biografia

Paulo Ghiraldelli Junior (1957) é um filósofo brasileiro. Filho e neto de homens de letras, ele adotou a vida intelectual muito jovem, trabalhando em jornais e, depois, em escolas de todo tipo e lugar. Possui uma definição peculiar sobre a função da filosofia, que é a desbanalização do banal. 

Habilidade: Ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros

Quino - Mafalda

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

Filosofia - O que é?

A filosofia é uma atividade que pode ser descrita de dupla maneira, em termos gerais e em termos técnicos. 
Em termos gerais a filosofia é a “desbanalização do banal”. Em termos técnicos ela é a investigação de problemas atinentes à identificação dos mecanismos – se é que existem – que fazem com que nós tomemos o aparente pelo real (Danto). 
A desbanalização do banal é levada a cabo pelo filósofo por meio da atividade de “redescrição” (Rorty) de situações, eventos, pessoas, nações, épocas, etc.. O que chama a atenção raramente é o melhor objeto para a filosofia. Seu objeto preferido é aquilo que não chama a atenção, que se tornou corriqueiro e foi banalizado. Redescrevendo esse objeto o filósofo o desbanaliza, arrancando-o da condição de elemento que é atravessado pelo olhar sem ser visto. Eis que então que ele ganha a “admiração ou espanto” (Aristóteles). 
A investigação e identificação dos mecanismos de ilusão são levadas adiante pelo filósofo que entende que não se trata de mostrar o erro, que é psicológico e pode ser corrigido, e sim a ilusão, que é inerente à estrutura da realidade, que é necessária e universal (a “Caverna”, diz Platão). 
Em ambos os casos a filosofia tende a produzir explicações por meio da identificação de razões e causas, afastando sequências narrativas que não são produzidas dessa forma, e que seriam míticas, aquelas sequências cujos elementos da narrativa se encadeiam de forma mágica. Em ambos os casos a tendência do filósofo é caminhar no sentido de uma narrativa de segunda ordem, ou seja, um discurso que ou justifica outros ou os fundamenta. 
No segundo caso, pode surgir uma espécie de “nostalgia do futuro” ou “saudade de uma época nunca vivida”. É que alguns filósofos entendem que a identificação dos mecanismos de ilusão só é possível a partir de um ponto de vista utópico, caso contrário, dado a inerência e abrangência da ilusão, ela não poderia jamais ser identificada. Nesse caso, a atividade filosófica é sempre uma atividade que se alia facilmente à imaginação, ainda que boa parte dos filósofos (em especial os modernos) tenha pouco apreço pela imaginação, uma vez que os filósofos tendem a associar a imaginação ao devaneio e falta de rigor. 
Parte dos filósofos que negam que deveriam falar em utopias assim agem por causa de que, na modernidade, podemos apontar para o casamento entre utopia e pensamento histórico (Habermas). Assim, o mundo sem ilusão (de caráter social ou individual), com uma estrutura do real não mais prenhe de qualquer mecanismo enganador, teria de ser construído efetivamente. No plano individual isso poderia ser tomado como situações de renascimento ou reconstrução do “eu”. No plano social isso implicaria em atividades de reforma ou revolução. Na defesa das vias adotadas para a transformação há um bom gasto de energia dos filósofos. 
Sendo assim, a filosofia, que originalmente tinha a ver com a “amizade pelo saber” (do grego Philo + Sophia), se torna ela própria uma espécie de saber, que alia redescrição e normatividade em um só corpo narrativo em geral global e de cunho teórico e prático. 

Dicionário Filosófico

Filosofia (do grego philos: que ama + sophia: sabedoria, «que ama a sabedoria») é a investigação crítica e racional dos princípios fundamentais. 

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – O que significa, etimologicamente, a palavra filosofia? 
Filo significa: ____________________________ 
Sofia significa: ___________________________ 
2 – A filosofia é uma atividade que pode ser descrita de dupla maneira, em termos gerais e em termos técnicos. 
a) Em termos gerais a filosofia é: 
b) Em termos técnicos a filosofia é (Segundo Danto): 
3 – Qual objeto chama a atenção do filósofo? 
( ) o que tornou-se espetacular, incomum, que foi divinizado 
( ) o que tornou-se corriqueiro, comum, que foi banalizado 
4 – Para ganhar a admiração ou espanto e para desbanalizar o objeto o filósofo precisa: 
( ) descrevê-lo ( ) redescrevê-lo 
5 – Qual pergunta corriqueira, comum, banal, foi realizada por Mafalda na História em Quadrinhos de Quino?
Quino - Mafalda
6 – A outra tarefa do filósofo é a investigação e identificação dos mecanismos de ilusão (o aparente pelo real) que é inerente à estrutura da realidade. 
a) Na “Alegoria da Caverna” (A República) de Platão, o que os homens pensam que é a realidade? 
b) No filme Matrix, o que os homens pensam que é a realidade? 
7 – Portanto, em ambos os casos a filosofia tende a produzir: 
( ) explicações míticas; identificação de efeitos; narrações; formulações 
( ) explicações racionais; identificação de causas; justificações; fundamentações 
8 – Segundo Ghiraldelli, a segunda maneira de filosofar (identificação dos mecanismos de ilusão) leva alguns filósofos a aliar-se a: 
( ) a atividade da concentração 
( ) a atividade da imaginação 
9 – Assim, esses filósofos entendem que a identificação dos mecanismos de ilusão só é possível a partir de um: 
( ) ponto de vista da realidade 
( ) ponto de vista utópico 
10 – Os filósofos que vão por outras vias construindo efetivamente um pensamento histórico esperam: 
a) No plano individual: 
( ) situações de rejuvenescimento ou reconstrução do “outro” 
( ) situações de renascimento ou reconstrução do “eu” 
b) No plano social: 
( ) reformas ou revoluções 
( ) manter o mundo como está 
11 – Ao final, Ghiraldelli afirma que a filosofia originalmente tinha a ver com a “amizade pelo saber” mas, que agora, ela própria é uma espécie de saber. Por quê?
12 - Faça, você mesmo, uma atividade de "desbanalização do banal" criando um questionamento conforme o exemplo da Mafalda.

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