Wellington Sversut - Bauru - Brasil

Koyré - cosmologia

Como se dá a organização do cosmo?

Filosofia das Ciências
Tema: a cosmologia
Filósofo: Koyré, A. (1892 – 1964)
Obra: Etapas Evolutivas da Cosmologia Científica (1948)

Biografia

Koyré, A. (1892 – 1964), foi um filósofo francês de origem russa que escreveu sobre história e filosofia da ciência.

Habilidade: ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros


Cosmos (Carl Sagan) - Episódio 01 - Os Limites do Oceano Cósmico
Ômega 3

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

Etapas Evolutivas da Cosmologia Científica (1948)

Dando uma olhada de conjunto sobre a evolução do pensamento astronômico, que inicialmente ele se esforçava por descobrir a realidade ordenada dos movimentos astrais, subjacentes à desordem das aparências. Para fazê-lo, os gregos empregaram os únicos meios matemáticos e físicos que lhes permitia o estado dos conhecimentos científicos de sua época, isto é, a ideia do movimento natural e circular, donde a necessidade de explicar os movimentos aparentes por uma superposição e uma acumulação de movimentos circulares. O fracasso de Ptolomeu acabou por tomar necessária uma transformação da própria física, e a astronomia só teve êxito, com Kepler, e ainda mais com Newton, baseando-se numa nova física.
Poder-se-ia, igualmente, conceber esta evolução sob o aspecto do estudo das dimensões do Universo. Disse-lhes que o Universo grego, o Cosmo grego (e medieval) era finito. Certamente, era bastante grande – em relação às dimensões da Terra –, mas não suficientemente grande para nele alojar uma Terra móvel, uma Terra girando em torno do Sol. A concepção da finidade necessária do Universo estelar, do Universo visível, é muito natural: vemos uma abóbada celeste; podemos imaginá-la estando muito longe, mas é extremamente difícil admitir que não haja abóbada e que as estrelas estejam distribuídas no espaço sem ordem, aleatoriamente, a distâncias extraordinárias e diferentes umas das outras. Isso implica uma verdadeira revolução intelectual.
As objeções contra a infinidade, e mesmo contra a extensão desmesurada do Universo, são de um alcance considerável. Desse modo, elas são reencontradas durante todo o curso da história da astronomia. (...)
O mundo celeste é imensamente grande, seu diâmetro é de seis milhões de vezes o diâmetro terrestre, mas é finito. A infinidade do mundo é metafisicamente impossível. Ademais, nenhuma consideração científica parece impor-lhe essa infinidade.
Giordano Bruno é quase o único a admiti-lo. Bruno é um metafísico. É apenas em Newton, certamente por razões científicas, pois a física clássica, a física galileana, postula a infinidade do Universo e a identidade do espaço real com o da geometria, mas também por razões teológicas, que se encontra afirmada a infinidade do Universo astral.

Dicionário Filosófico

Cosmologia - Em astronomia (do grego "cosmos= ordem, mundo + logos= discurso, estudo") é o ramo que estuda a origem, a estrutura e a evolução do Universo a partir da aplicação de métodos científicos.

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – Sobre a evolução do pensamento astronômico, qual foi o esforço inicial dos primeiros astrônomos (principalmente os gregos)s      ?
(   ) Descobrir o aparecimento dos cometas, pois eles anunciam maus agouros.
(   ) Descobrir a realidade ordenada dos movimentos astrais, subjacentes à desordem das aparências.
(   ) Mapear o céu para prever safras agrícolas, porque de acordo com os astros haveria chuva ou não.
2 – Qual era a ideia principal que os gregos possuíam em relação as explicações dos fenômenos celestes?
(   ) Que o movimento elíptico era algo do cosmo.
(   ) Que o movimento circular era algo da natureza.
(   ) Que o movimento retrógrado era algo divino.
3 – Em relação a dimensão do Universo desde a época dos gregos até o período Medieval acreditava-se que poderia ser:
(   ) finito                                (   ) infinito
4 – Quando olhamos para o céu vemos a abóbada celeste (o firmamento). Nós a vemos. Portanto, em astronomia, ela existe de fato?
(   ) sim existe, é o final do Universo
(   ) não existe, é só um globo fictício de raio indefinido
5 – Durante todo o curso da história da astronomia qual ideia sofreu mais objeções em relação à extensão do Universo?
(   ) a ideia de que o universo é infinito
(   ) a ideia de que o universo é finito
6 – De acordo com o texto quais são os três pensadores (um metafísico e os outros matemáticos) que postularam a ideia de um Universo infinito?
(   ) Eudoxo / Copérnico / Kepler
(   ) Bruno / Galileu / Newton
(   ) Aristarco / Brahe / Hubble
7 – Faça a relação de acordo com a respectiva explicação cosmológica que está em ordem cronológica:
(A)  Eudoxo (408 – 355 a.C.)
(B)  Aristarco de Samos (320 – 250 a.C.)
(C)  Apolônio de Perga (261-190 a.C.)
(D) Hiparco de Nicéia (190 – 120 a.C.)
(E)  Ptolomeu (85 – 165 d.C.)
(F)   Peurbach (1423 – 1461)
(G) Copérnico (1473 – 1543)
(H) Tycho Brahe (1546 – 1601)
(I)    Kepler (1571 – 1630)
(J)    Newton (1643 – 1727)
(  ) O sistema deste astrônomo compreendia um total de 27 esferas homocêntricas, uma dentro da outra, para explicar a cosmologia celeste.
(  ) Foi o primeiro  a propor que a Terra gira em torno do Sol, também defendeu que a Terra tem movimento de rotação.
(  ) Sua cosmologia também previa círculos: o epiciclo e o deferente.
(  ) Usou o conceito de excentricidade para explicar as variações das velocidades dos planetas em torno da Terra.
(  ) Sua cosmologia também previa círculos (epiciclo e o deferente), porém introduziu o artificio de um ponto chamado equante, que permitia ver o centro do epiciclo se deslocar com velocidade angular uniforme.
(  ) É considerado um dos precursores europeus da visão heliocêntrica do mundo e da cosmologia.
( ) Para este astrônomo os movimentos dos astros são uniformes, eternos, circulares ou uma composição de vários círculos (epiciclos). Desenvolveu a teoria heliocêntrica.
(  ) Este astrônomo descobriu uma nova estrela, o que abalou a fé na doutrina cristã-aristotélica sobre a perfeição e imutabilidade da esfera celeste.
( ) Transformou a astronomia como parte de uma física matemática universal onde uma de suas três grandes leis são que os planetas descrevem órbitas elípticas, com o sol num dos focos.
( ) Formulou a Lei da Gravitação Universal e os princípios da Inércia, da Dinâmica e da Ação e da Reação que fundamentaram a Mecânica Clássica demonstrando que os movimentos de objetos, tanto na Terra como em outros corpos celestes, são governados pelo mesmo conjunto de leis naturais.
8 – VESTIBULAR
Leia o trecho a seguir: É em função da astronomia que se elabora (...) a nova física; mais precisamente: em função dos problemas postos pela astronomia coperniciana, e, especialmente, da necessidade de responder aos argumentos físicos apresentados por Aristóteles e por Ptolomeu contra a possibilidade do movimento da Terra. (KOYRÉ, Alexandre. Estudos Galilaicos. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1992. p. 205.)
O historiador do pensamento científico, Alexandre Koyré, destaca que a “nova física”, que foi erigida sobretudo por Galileu e, depois, Newton, desenvolveu-se a partir das discussões em torno dos fenômenos astronômicos, sobretudo a respeito do movimento da Terra. Copérnico, Galileu e outros questionavam a física aristotélica e ptolomaica porque essa afirmava, entre outras coisas:
a) que as teses sobre a imobilidade da Terra não tinham valor porque foram concebidas por pessoas ignorantes.
b) que o telescópio usado por Aristóteles não era preciso o suficiente para a observação astronômica.
c) que as investigações de Aristóteles não puderam ser compreendidas, haja vista que seus livros foram alterados pelos árabes.
d) que Aristóteles não poderia compreender bem os fenômenos naturais, pois viveu na época errada.
e) que o cosmos estava organizado em esferas celestes e que a Terra era imóvel.

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