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Karl Marx - fetiche da mercadoria

O que é o fetiche da mercadoria?

Filosofia Política
Tema: o fetiche da mercadoria
Filósofo: Karl Marx (1818 – 1883)
Obra: O Capital (1867)

Biografia

Karl Marx (1818 - 1883) foi um filósofo, sociólogo, historiador e economista. A obra de Marx em economia estabeleceu a base para muito do entendimento atual sobre o trabalho e sua relação com o capital, além do pensamento econômico posterior.

Habilidade: ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros 


Filósofo Paulo Ghiraldelli - 13 de mai de 2019

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

O Capital (1867)

Consideremos duas mercadorias, por exemplo, ferro e trigo. As proporções, quaisquer que sejam em que elas são trocáveis, podem sempre ser representadas por uma equação em que uma dada quantidade de trigo é igualada a certa quantidade de ferro. O que nos diz tal equação? Diz-nos que, em duas coisas diferentes – em um quarto de trigo e x quintais de ferro-, existe em quantidades iguais algo comum a ambos. As duas coisas devem, portanto ser iguais a uma terceira, que em si mesma não é uma nem outra. Cada uma delas, no que se refere ao valor de troca, deve ser redutível a esta terceira coisa… Este “algo” em comum não pode ser uma propriedade natural das mercadorias. Tais propriedades são consideradas apenas à medida que afetam a utilidade de tais mercadorias, em que as tornam valores de uso. Mas a troca de mercadorias é evidentemente um ato caracterizado por uma abstração total do valor de uso. 
(...)
Uma mercadoria, portanto, é algo misterioso simplesmente porque nela o caráter social do trabalho dos homens aparece a eles como uma característica objetiva estampada no produto deste trabalho; porque a relação dos produtores com a soma total de seu próprio trabalho é apresentada a eles como uma relação social que existe não entre eles, mas entre os produtos de seu trabalho (…). A existência das coisas enquanto mercadorias, e a relação de valor entre os produtos de trabalho que os marca como mercadorias, não têm absolutamente conexão alguma com suas propriedades físicas e com as relações materiais que daí se origina. É uma relação social definida entre os homens que assume, a seus olhos, a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. A fim de encontrar uma analogia, devemos recorrer às regiões enevoadas do mundo religioso. Neste mundo, as produções do cérebro humano aparecem como seres independentes dotados de vida, e entrando em relações tanto entre si quanto com a espécie humana. O mesmo acontece no mundo das mercadorias com os produtos das mãos dos homens. A isto dou o nome de fetichismo que adere aos produtos do trabalho, tão logo eles são produzidos como mercadorias, e que é, portanto inseparável da produção de mercadorias. 

Dicionário Filosófico

Fetiche da mercadoria surge como um fenômeno social e psicológico onde as mercadorias aparentam ter vontade independente de seus produtores. 

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – De acordo com o primeiro parágrafo do texto, em duas coisas diferentes (ferro e trigo), o que é comum em ambos a qual Marx chama esse “algo” de terceira coisa e que é uma abstração sobre o valor de uso? 
( ) o dinheiro ( ) a mais-valia ( ) o preço 
2 – A existência das mercadorias deveria ter seus valores baseados nas relações materiais onde elas foram produzidas, porém, Marx nos mostra que algo estranho acontece e, então, os valores das mercadorias passam de uma relação social para uma: 
( ) relação entre coisas ( ) relação comercial ( ) relação industrial 
3 – Em sequência Marx faz uma analogia entre a produção de mercadorias com a produção de ideias em nosso cérebro quando estamos fantasiando. Coloque (V) para as proposições verdadeiras ou (F) para as falsas (se existir). 
( ) Em nossos pensamentos os seres podem ter vidas próprias, serem independentes e entrar em relação entre si ou com outros. 
( ) Na produção das mercadorias acreditamos que o trabalho também é mercadoria. 
4 – Estas inversões que Marx analisa (as respostas corretas acima) ele chamou de "fetiche da mercadoria". Pesquise, em um dicionário filosófico, o significado deste termo. 
5 – Faça a relação entre o valor de uso e valor de troca que fazemos sobre a mercadoria, que é um objeto exterior, uma coisa, que, por meio das suas propriedades, satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie. 
(A) Valor de Uso 
(B) Valor de Troca 
( ) é a qualidade que possui um objeto para satisfazer uma necessidade, determinado por suas condições naturais. 
( ) é a magnitude determinada pela quantidade de trabalho socialmente necessário para produzir a mercadoria.
6 - No vídeo com o professor Paulo Guiraldelli qual objeto (mercadoria) ele utiliza como exemplo do fetiche da mercadoria (lendo o livro de Peter Sloterdijk - Palácio de Cristal apud Adam Smith)?
( ) o alfinete ( ) o parafuso ( ) o alicate ( ) o martelo

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