Quais são as condições fundamentais para uma vida feliz?
Filosofia da Moral ou Ética
Tema: ser / ter / representar
Filósofo: Schopenhauer (1788-1860)
Obra: Parerga e Paralipomena (1851)
Schopenhauer (1788–1860), foi um filósofo alemão conhecido pela sua obra principal "O mundo como Vontade e Representação" de 1818, em que ele caracteriza o mundo fenomenal como o produto de uma cega, insaciável e maligna vontade metafísica.
A Felicidade não se Compra
Parerga e Paralipomena (1851)
Aforismos para a sabedoria de vida
Aristóteles (Ética a Nicômaco I, 8) dividiu os bens da vida humana em três classes: os exteriores, os da alma e os do corpo. Conservando apenas essa tripartição, digo que o que estabelece a diferença na sorte dos mortais pode ser reduzido a três determinações fundamentais. São elas:
1) O que alguém é: portanto, a personalidade no sentido mais amplo. Nessa categoria, incluem-se a saúde, a força, a beleza, o temperamento, o caráter moral, a inteligência e seu cultivo.
2) O que alguém tem: portanto, propriedade e posse em qualquer sentido.
3) O que alguém representa: por essa expressão, como se sabe, compreende-se o que alguém é na representação dos outros, portanto, propriamente como vem a ser representado por eles. Consiste, por conseguinte, nas opiniões deles a seu respeito, e divide-se em honra, posição e glória.
As diferenças a serem consideradas na primeira rubrica são as que a própria natureza colocou entre os homens. Isso já nos permite inferir que a influência delas sobre a felicidade ou infelicidade será muito mais essencial e vigorosa do que as diferenças provenientes meramente de determinações humanas, dadas nas duas rubricas subsequentes. (...)
Não preciso salientar a importância das duas outras rubricas sobre os bens da vida humana. Pois o valor da posse é hoje em dia tão universalmente reconhecido, que não requer nenhuma recomendação. Mesmo a terceira rubrica, comparada à segunda, tem uma qualidade bastante etérea; ela consiste meramente na opinião dos outros. No entanto, cada um tem de aspirar à honra, isto é, ao bom nome; já à posição, devem aspirar apenas os que servem ao Estado, e à glória, só um número muito reduzido. No entanto, a honra será considerada como um bem inestimável, e a glória, como o bem mais refinado que o homem pode alcançar, o velocino de ouro dos eleitos. Ao contrário, apenas os tolos preferirão a posição à posse. A segunda e a terceira rubricas mantêm-se, de resto, na chamada atuação recíproca; na medida em que o “vales o que tens” de Petrônio (Sátiras, 77, 6) é correto, e, vice-versa, a opinião favorável dos outros, em todas as suas formas, muitas vezes ajuda na aquisição de posses.
Dicionário Filosófico
Felicidade – De acordo com Schopenhauer é a “satisfação sucessiva de todo o nosso querer”. A tendência a ela “coincide completamente com a nossa existência” – cuja essência é a Vontade de viver – mas é revelada pelo conhecimento como o nosso maior erro e ilusão. (...) Guilherme Marconi Germer
Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo
1 – Aristóteles, filósofo da Grécia Antiga, dividiu os bens da vida humana em três classes. Quais são estas três classes?
2 – Schopenhauer, em concordância com Aristóteles, estabelece três diferenças fundamentais em nossas vidas. Escreva os verbos que exprimem cada uma desta tripartição.
3 – Faça a relação de acordo com as três diferenças.
(A) Primeira diferença
(B) Segunda diferença
(C) Terceira diferença
( ) honra, glória, posição social (status), o bom nome, opinião dos outros sobre você
( ) posse, propriedade
( ) saúde, força, beleza, temperamento, inteligência (que a natureza nos dotou)
4 – De acordo com o filósofo alemão entre o ter e o representar qual seria a opção do homem tolo?
( ) só a representação ( ) só o ter
5 – Ainda conforme Schopenhauer ter e representar são recíprocos, ou seja, boas relações sociais podem levar a adquirir posses; e, ao contrário, ter propriedades pode ajudar na representação da posição social.
( ) verdadeiro ( ) falso
6 – Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo se assemelha à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações.
(SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.)
O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à:
(A) consagração de relacionamentos afetivos.
(B) administração da independência interior.
(C) fugacidade do conhecimento empírico.
(D) liberdade de expressão religiosa.
(E) busca de prazeres efêmeros.
7 – O que seria do mundo sem você nele? Como seria a vida das pessoas ao seu redor se você não tivesse nascido?
De acordo com o filme "A felicidade não se compra" responda:
a) Qual era o "ser" do personagem George Bailey?
b) O que ele adquiriu materialmente (ter)?
c) O que ele representa para seus amigos e parentes?
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