É necessário, em algumas circunstâncias, ignorar a norma ou adotar seu oposto para o avanço da ciência?
Filosofia das Ciências
Tema: progresso científico
Filósofo: Feyerabend (1924 – 1994)
Obra: Contra o Método (1970)
Biografia
Feyerabend (1924 – 1994) - foi um filósofo da ciência austríaco que viveu em diversos países como Reino Unido, Estados Unidos, Nova Zelândia, Itália e Suíça. Tornou-se famoso pela sua visão anarquista da ciência e por sua suposta rejeição da existência de regras metodológicas universais. É uma figura influente na filosofia da ciência, e também na sociologia do conhecimento científico.
Além do Cosmos: O Multiverso - National Geographic
Habilidade: ler textos
filosóficos de modo significativo
Contra
o Método (1970)
A história em geral,
a história das revoluções em particular, é sempre mais rica de conteúdo, mais
variada, mais multilateral, mais viva, mais "astuta" do que possam
imaginar tanto o melhor historiador como o melhor metodólogo. A história é rica
de casos e conjunturas e curiosas justaposições de eventos, e nos demonstra a
complexidade da mutação humana e o caráter imprevisível das consequências últimas
de todo ato determinado ou decisão de seres humanos. (...) A história da
ciência, em definitivo, não consta apenas de fatos e de conclusões tiradas de
fatos. Ela contém também ideias, interpretações de fatos, problemas criados por
interpretações contrastantes, erros, e assim por diante. Se examinarmos as
coisas mais a fundo, encontraremos até que a ciência não conhece "meros
fatos", mas que os "fatos" que entram em nosso conhecimento são
já vistos de certo modo, e são por isso essencialmente ideacional. Assim, a
história da ciência será igualmente complexa, caótica e cheia de erros quanto às
ideias que contém, e estas ideias por sua vez serão igualmente complexas,
caóticas e cheias de erros quanto à mente daqueles que as inventaram. (...)
A ideia de um
método que contenha princípios firmes, imutáveis e absolutamente vinculantes
como guia na atividade científica se embate em dificuldades consideráveis
quando é posta em confronto com os resultados da pesquisa histórica. Com
efeito, julgamos que não há uma norma particular, por mais plausível e por mais
solidamente enraizada na epistemologia, que não tenha sido violada em alguma
circunstância. Torna-se evidente também que tais violações não são eventos
acidentais, que não são o resultado de um saber insuficiente ou de desatenções
que teriam podido ser evitadas. Ao contrário, vemos que tais violações são
necessárias para o progresso científico. Com efeito, uma entre as
características que mais impressionam das recentes discussões sobre a história
e sobre a filosofia da ciência é a tomada de consciência do fato de que eventos
e desenvolvimentos (...) verificaram-se apenas porque alguns pensadores ou decidiram
não deixar-se vincular por certas normas metodológicas "obvias", ou
porque involuntariamente as violaram. Essa liberdade de ação (repito) não é
apenas um fato da história da ciência. Isso é tão razoável quanto absolutamente
necessário para o crescimento do saber. Mais especificamente, pode-se
demonstrar o seguinte: dada uma norma qualquer, por mais
"fundamental" ou "necessária” ela seja para a ciência, há sempre
circunstâncias nas quais é oportuno não só ignorar a norma, mas adotar seu
oposto.
Dicionário
Filosófico
Incomensurabilidade
– acontece quando em duas teorias
diferentes cujos contextos os termos têm significados diferentes e, portanto, indicam
"objetos" diferentes. Entre duas teorias incomensuráveis não podemos
estabelecer qual delas seja progressiva em relação à outra.
Habilidade: elaborar por
escrito o que foi apropriado de modo reflexivo
1 – De acordo com Feyerabend as
Histórias (gerais, das revoluções, das ciências) são:
(
) simples, ordenadas e com acertos
(
) complexas, caóticas e com erros
2 – Ainda segundo Feyerabend “a ideia de
um método que contenha princípios firmes, imutáveis e absolutamente vinculantes
como guia na atividade científica” se sustenta quando confrontado com a realidade?
(
) verdadeiro ( ) falso
3 – Feyerabend diz que “não há uma norma
particular, por mais plausível e por mais solidamente enraizada na
epistemologia, que não tenha sido violada em alguma circunstância” (...), pois
em muitos casos, “são necessárias para o progresso científico”. Neste sentido
os cientistas abaixo propuseram modelos cosmológicos para a criação do universo
usando equações relativísticas da gravitação. Faça a
relação entre o cientista e seu respectivo modelo cosmológico:
(A) Einstein
(B) Sitter
(C) Friedmann
(D) Lemaitre
(E) Eddington
( ) o universo é estático, esférico, fechado e
finito
( ) no universo o espaço é plano, sem matéria,
passado e futuro são infinitos
( ) o universo inicia-se com big bang e o espaço-tempo estão em
expansão
( ) o universo começa com big bang, a expansão desacelera e volta a acelerar
( ) no universo o começo é infinito, deixa de
ser estático e se expande
4 – Feyerabend aponta que “uma entre as características que mais
impressionam das recentes discussões sobre a filosofia da ciência é a tomada de
consciência do fato de que eventos e desenvolvimentos (...) verificaram-se
apenas porque alguns pensadores ou decidiram não deixar-se vincular por certas
normas metodológicas "obvias", ou porque involuntariamente as
violaram”. Desta forma nem todos os cientistas aceitam (ou aceitaram) a
teoria do Big Bang e defenderam
outras respostas. Escolha um cientista abaixo e sua respectiva teoria para o
início do universo e faça uma breve pesquisa sobre o assunto.
(A) Milne - Relatividade Cinemática
(B) Misner - Escola do Caos
(C) Alfvén-Klein - Cosmologia de Plasma
(D) Brans-Dicke-Jordan - Teoria Escalar-Tensorial
(E) Bondi-Gold-Hoyle-Narlikar - Teoria do Estado Estacionário
(F) McCrea - Pressão Negativa
(A) A inflação caótica / eterna – Multiversos (Linde-Guth)
(B) A hipótese sem-contorno (Hartle-Hawking)
(C) A inflação dupla / instanton (Turok-Hawking)
(D) O universo “ekpirótico” (Steinhardt)
(E) Teoria da geometria “torcida” 5-dimensional - Branas (Randall-Sundrum)
(F) Modelos Cíclicos (Steinhardt-Turok-Lynds)
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