O que é conhecer?
Filosofia do Conhecimento
Tema: a priori e a posteriori
Filósofo: Kant (1724 - 1804)
Obra: Crítica da Razão Pura (1787)
Habilidade: ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registrosTema: a priori e a posteriori
Filósofo: Kant (1724 - 1804)
Obra: Crítica da Razão Pura (1787)
Biografia
Immanuel Kant (1724 — 1804) foi um filósofo alemão, geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes.
Predador - filme
Kant – a priori e a posteriori |
Crítica da
Razão Pura (1787)
É necessário um apelo à razão para que assuma
novamente a mais árdua das suas tarefas, a do conhecimento de si mesma, e
institua um tribunal que a tutele nas suas legítimas pretensões, mas elimine as
que são desprovidas de fundamento, não arbitrariamente, mas com base em leis
eternas e imutáveis; e esse tribunal não é outra coisa senão a própria crítica
da razão pura. Com essa expressão não pretendo aludir a uma crítica dos livros
e dos sistemas, mas à crítica das faculdades da razão em geral. (...)
Não se pode duvidar de que todos os nossos
conhecimentos começam com a experiência, porque, com efeito, como haveria de
excitar-se a faculdade de se conhecer, se não fosse pelos objetos que,
excitando os nossos sentidos, de uma parte, produzem por si mesmo
representações e de outra parte impulsionam a nossa inteligência a compará-los
entre si, a reuni-los ou separá-los, e, deste modo, à elaboração da matéria
informe das impressões sensíveis para esse conhecimento das coisas que se
denomina experiência?
No tempo, pois, nenhum conhecimento precede a
experiência, todos começam por ela.
Mas se é verdade que os conhecimentos derivam da
experiência, alguns há, no entanto, que não têm essa origem exclusiva, pois
poderemos admitir que o nosso conhecimento empírico seja um composto daquilo
que recebemos das impressões e daquilo que a nossa faculdade cognoscitiva lhe
adiciona (estimulada somente pelas impressões dos sentidos); aditamento que
propriamente não distinguimos senão mediante uma longa prática que nos habilite
a separar esses dois elementos.
Surge desse modo uma questão que não se pode
resolver à primeira vista: será possível um conhecimento independente da
experiência e das impressões dos sentidos?
Tais conhecimentos são denominados a priori e são distintos dos empíricos,
cuja origem é a posteriori, isto é,
da experiência. (...)
Consideraremos, portanto, conhecimento a priori,
todo aquele que seja adquirido independentemente de qualquer experiência. A ele
se opõem os empíricos, isto é, àqueles que só são a posteriori, quer dizer, por
meio da experiência.
Os conhecimentos a priori ainda podem dividir-se
em puros e impuros. Denomina-se conhecimento a priori puro ao que carece
completamente de qualquer empirismo.
Assim, por exemplo, “toda mudança tem uma causa” é
um princípio a priori, mas impuro, porque o conceito de mudança só pode
formar-se extraído da experiência. (...)
O espaço não é mais do que a forma de todos os
fenômenos dos sentidos externos, ou seja, a condição subjetiva da sensibilidade
sob a qual só nos é possível a intuição externa. (...)
O tempo não é mais do que a forma do sentido
interno, a intuição de nós mesmos e do nosso estado interior... O tempo é a
condição formal a priori de todos os
fenômenos.
Seja qualquer e quanto se queira o conteúdo do nosso conceito de um objeto,
nós sempre temos que sair dele, para conferir existência a esse objeto.
Nos objetos dos sentidos isso acontece mediante a conexão com uma das minhas
percepções, segundo leis empíricas; mas para os objetos do pensamento puro
absolutamente não há meio de conhecer a sua existência, porque esta deveria ser
conhecida inteiramente a priori. (...)
O conceito de um Ser supremo é uma idéia útil sob muitos aspectos; mas,
justamente por ser uma simples ideia, é incapaz, por si só, de ampliar o nosso
conhecimento a respeito do que existe...
Dicionário Filosófico
Criticismo – Doutrina
kantiana que estuda as condições de validade e os limites do uso que podemos
fazer de nossa razão pura. Por extensão, toda doutrina que faz da crítica do
conhecimento a condição prévia da pesquisa filosófica.
A priori –
Expressão latina que significa o que é anterior à experiência e dela independe.
A posteriori
– Expressão latina que significa o que é posterior à experiência e dela
depende.
Tempo – Para
Kant o tempo é uma das formas puras da sensibilidade, sendo, portanto, dado a
priori, e constituindo uma das condições de possibilidade de nossa experiência
do real.
Espaço – Para
Kant, o espaço é uma “intuição pura” ou “uma forma a priori da sensibilidade”,
quer dizer, não é uma construção do espírito nem tão pouco uma realidade
independente de nós, mas um dado original de nossa sensibilidade, algo que é
constitutivo de nosso modo de perceber e sem o qual não poderíamos ter
sensações distintas; porque dois objetos percebidos ou são sucessivos (intuição
do tempo) ou são simultâneos (intuição do espaço).
1
– Segundo Kant, os nossos conhecimentos adquiridos no tempo começam pelo (a)
_____________________.
2
– As experiências produzem em nós:
( ) a representação do mundo, a comparação, a
reunião, a separação, etc.
( ) a apresentação do mundo, a mediação, a
indicação, a sensação, etc.
3 – Relacione:
(A)
Desperta para o exercício a faculdade de conhecer;
(B)
Produz conhecimento a partir da própria razão.
( ) a experiência;
( ) a racionalidade
4
– Para Kant, seria possível um conhecimento independente da experiência e das
impressões dos sentidos?
( ) sim ( ) não
5
– Coloque “V” para a frase verdadeira ou “F” para a falsa:
( ) O
conhecimento a posteriori necessita da experiência.
( ) O
conhecimento a priori é um conhecimento que não necessita da experiência.
6 – Os conhecimentos
originados na razão e independentes da experiência denominam-se __ __________.
7 – Os conhecimentos com fonte na experiência
(empíricos) denominam-se __ _____________.
8 – Relacione:
(A)
Juízo a priori (não puro);
(B)
Juízo a posteriori.
( ) Toda mudança tem uma causa.
( ) O pátio está molhado porque choveu.
9 – O que são as noções de espaço e tempo para
Kant:
( ) São hábitos de vida subjetivos;
( ) São dois esquemas mentais que estruturam
intimamente a razão humana;
( ) São realidades absolutas estranhas ao
homem.
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