Wellington Sversut - Bauru - Brasil

Comte - três estados

Existe uma lei que explique o desenvolvimento do pensamento?

Filosofia das Ciências
Tema: a lei dos três estados
Filósofo: Auguste Comte (1798 - 1857)
Obra: Curso de Filosofia Positiva (1842)

Biografia

Comte - foi um filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo, que trabalhou intensamente na criação de uma filosofia positiva.

Habilidade: ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros

Carl Sagan - Cosmos - O Limiar da Eternidade
Publicado em 28 de out de 2014 - Eduardo Silva
Qual a origem do Universo?

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Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

Curso de Filosofia Positiva (1842)

Lei dos três Estados

Para explicar convenientemente a verdadeira natureza e o caráter próprio da filosofia positiva, é indispensável ter, de início, uma visão geral sobre a marcha progressiva do espírito humano, considerado em seu conjunto, pois uma concepção qualquer só pode ser bem conhecida por sua história. Estudando, assim, o desenvolvimento total da inteligência humana em suas diversas esferas de atividade, desde seu primeiro voo mais simples até nossos dias, creio ter descoberto uma grande lei fundamental, a que se sujeita por uma necessidade invariável, e que me parece poder ser solidamente estabelecida, quer na base de provas racionais fornecidas pelo conhecimento de nossa organização, quer na base de verificações históricas resultantes dum exame atento do passado. Essa lei consiste em que cada uma de nossas concepções principais, cada ramo de nossos conhecimentos, passa sucessivamente por três estados históricos diferentes: estado teológico ou fictício, estado metafísico ou abstrato, estado científico ou positivo. Em outros termos, o espírito humano, por sua natureza, emprega sucessivamente, em cada uma de suas investigações, três métodos de filosofar, cujo caráter é essencialmente diferente e mesmo radicalmente oposto: primeiro, o método teológico, em seguida, o método metafísico, finalmente, o método positivo. Daí três sortes de filosofia, ou de sistemas gerais de concepções sobre o conjunto de fenômenos, que se excluem mutuamente: a primeira é o ponto de partida necessário da inteligência humana; a terceira, seu estado fixo e definitivo; a segunda, unicamente destinada a servir de transição. No estado teológico, o espírito humano, dirigindo essencialmente suas investigações para a natureza íntima dos seres, as causas primeiras e finais de todos os efeitos que o tocam, numa palavra, para os conhecimentos absolutos, apresenta os fenômenos como produzidos pela ação direta e contínua de agentes sobrenaturais mais ou menos numerosos, cuja intervenção arbitrária explica todas as anomalias aparentes do universo. No estado metafísico, que no fundo nada mais é do que simples modificação geral do primeiro, os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas, verdadeiras entidades (abstrações personificadas) inerentes aos diversos seres do mundo, e concebidas como capazes de engendrar por elas próprias todos os fenômenos observados, cuja explicação consiste, então, em determinar para cada um uma entidade correspondente. Enfim, no estado positivo, o espírito humano, reconhecendo a impossibilidade de obter noções absolutas, renuncia a procurar a origem e o destino do universo, a conhecer as causas íntimas dos fenômenos, para preocupar-se unicamente em descobrir, graças ao uso bem combinado do raciocínio e da observação, suas leis efetivas, a saber, suas relações invariáveis de sucessão e de similitude. A explicação dos fatos, reduzida então a seus termos reais, se resume de agora em diante na ligação estabelecida entre os diversos fenômenos particulares e alguns fatos gerais, cujo número o progresso da ciência tende cada vez mais a diminuir.

Dicionário Filosófico

Teologia - é o estudo da existência de Deus, das questões referentes ao conhecimento da divindade, assim como de sua relação com o mundo e com os homens. Do grego “theos” (deus, termo usado no mundo antigo para nominar seres com poderes além da capacidade humana) + “logos” (palavra que revela), por extensão “logia” (estudo).

Metafísica - é uma palavra com origem no grego e que significa "o que está para além da física". É uma doutrina que busca o conhecimento da essência das coisas.

Positivismo - é uma corrente de pensamento filosófico, sociológico e político que surgiu em meados do século XIX na França. A principal ideia do positivismo era a de que o conhecimento científico devia ser reconhecido como o único conhecimento verdadeiro.

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – Nas primeiras linhas do texto Comte procurar encontrar um fio condutor na marcha progressiva da humanidade. Qual conceito aplica-se melhor a esta história da humanidade?
(     ) utopia                  (     ) distopia               (     ) teleologia 
2 – Em seguida o pensador francês diz ter encontrado uma lei fundamental que pode ser verificada através de nosso conhecimento e da observação da história. Que lei é esta?
(     ) a lei dos três estados       (     ) a lei dos três passos        (     ) a lei dos três modos
3 – A lei da resposta acima está dividida em três métodos gerais de concepções sobre o conjunto de fenômenos. Quais são eles?
4 – Eles são:
(     ) inclusivos (     ) excludentes
5 – Faça a relação sobre o progresso da história humana com as narrativas que explicam a origem do universo:
(A) Estado Teológico ou Fictício
(B) Estado Metafísico ou Abstrato
(C) Estado Positivo ou Científico
(   ) Saudações, filhos de Zeus! Dai-me vosso canto que enleva! Celebrai a raça sagrada dos imortais que ainda hoje vivem, e que nasceram de Gaia e do Ouranos estrelado, e da tenebrosa Nyx e do amargo Pontos. Dizei-me como nasceram os Deuses e Gaia, e os rios, e o imenso Ponto que brame furioso, e os astros brilhantes, e acima, o grande Ouranos e os Deuses, fonte dos bens que deles nasceram; e como, tendo partilhado as honras e riquezas desde a origem, eles tomaram o Olimpo de numerosos picos.
Dizei-me essas coisas, Musas residentes no Olimpo, e quais delas foram as primeiras, no início. Antes de todas as coisas existiu o Khaos, e depois Gaia de amplo ventre, base sempre sólida de todos os imortais que habitamos picos do Olimpo nevado e o Tártaro sombrio nas profundezas da terra espaçosa; e depois Eros, o mais belo entre os deuses imortais, que rompe as forças e doma a inteligência e a sabedoria no peito de todos os deuses e de todos os homens. (Ilíada – Homero)
(   ) Ora, quando o pai que o engendrou se deu conta de que tinha gerado uma representação dos deuses eternos, animada e dotada de movimento, rejubilou; por estar tão satisfeito, pensou como torná-la ainda mais semelhante ao arquétipo. Como acontece que este é um ser eterno, tentou, na medida do possível, tornar o mundo também ele eterno. Mas acontecia que a natureza daquele ser era eterna, e não era possível ajustá-la por completo ao ser gerado. Então, pensou em construir uma imagem móvel da eternidade, e, quando ordenou o céu, construiu, a partir da eternidade que permanece uma unidade, uma imagem eterna que avança de acordo com o número; é aquilo a que chamamos tempo. (...) A partir do raciocínio e do desígnio de um deus em relação à geração do tempo, para que ele fosse engendrado, gerou o Sol, a Lua e cinco astros, que têm o nome “planetas”, para definirem e guardarem os números do tempo. Tendo construído os corpos de cada um deles – sete ao todo –, o deus estabeleceu-os nas órbitas que o percurso do Outro seguia, em número de sete delas: na primeira a Lua, à volta da Terra; na segunda o Sol, por cima da Terra; a Estrela da Manhã e o astro que dizem ser consagrado a Hermes na rota circular que tem a mesma velocidade que o Sol, ainda que lhes tenha cabido em sorte um ímpeto contrário ao dele. Daí decorre que o Sol e a Estrela da Manhã (o astro de Hermes) sucessivamente se alcancem e sejam alcançados mutuamente. (...) Para que houvesse uma medida evidente para a lentidão e para a rapidez com que se cumprissem as oito órbitas, o deus instalou uma luz na segunda órbita a contar da Terra, a que agora chamamos Sol, de modo a que o céu brilhasse ainda mais para todos e que os seres vivos aos quais isso dissesse respeito participassem do número de modo a ficarem a conhecer a órbita do Mesmo e do Semelhante. Deste modo e por estas razões foram gerados a noite e o dia – o percurso circular uniforme e regular. Temos um mês quando a Lua, depois de ter percorrido o seu próprio círculo, alcança o Sol; temos um ano depois de o Sol ter percorrido o seu próprio círculo. (...) Assim, tal como o intelecto percebe as formas do ser que é – tantas quantas há nele –, o demiurgo olhou para baixo e decidiu que o mundo deveria ter tantas formas quantas aquele tem. E eles são quatro: a primeira é a espécie celeste dos deuses, outra é a alada e anda pelo ar, a terceira é a forma aquática, e a quarta é a que caminha sobre a terra. (Timeu – Platão)
(   ) O big-bang foi uma explosão do próprio espaço e o início do tempo. O universo era infinitamente pequeno, denso e quente ao nascer. Nos primeiros microssegundos as leis normais da física não se aplicavam. Após, a densidade da energia era tão alta que partículas de matéria podiam se formar e decair espontaneamente, segundo a famosa equação de Einstein: E=mc2. À medida que o Universo se expandiu, a densidade e a temperatura caíram e a massa das partículas que podiam se formar desse modo diminuiu, até que, após um microssegundo, a temperatura caiu a menos de um quatrilhão °C e não pôde haver mais formação de matéria. As primeiras partículas foram os quarks. Matéria escura, não afetada pelo movimento dos fótons, começou a formar estrutura. Por fim, após 300 mil anos, núcleos e elétrons combinaram-se em átomos. O número de partículas caiu rapidamente e a bruma do Universo dissipou-se. (Astronomia – Ian Ridpath)

    Fantástico - O Som da Criação do Universo - 20/05/1979
Publicado em 4 de jun de 2011 - Heraldo Jacques
6 – Assistindo ao vídeo com o repórter Hélio Costa responda quais das teorias abaixo corroboram para a explicação positivista do mundo através do Big Bang como o início do Universo.
(     ) Radiação Cósmica de Fundo / Efeito Dopller / Universo em Expansão
(     ) Radiação Ultravioleta / Efeito Borboleta / Universo Estático
7 – De acordo com o dicionário filosófico qual é a principal ideia do Positivismo?
8 - VESTIBULAR - UNIOESTE
A Filosofia da História – o primeiro tema da filosofia de Augusto Comte – foi sistematizada pelo próprio Comte na célebre “Lei dos Três Estados” e tinha o objetivo de mostrar por que o pensamento positivista deve imperar entre os homens. Sobre a “Lei dos Três Estados” formulada por Comte, é correto afirmar que:
a) Augusto Comte demonstra com essa lei que todas as ciências e o espírito humano desenvolvem-se na seguinte ordem em três fases distintas ao longo da história: a positiva, a teológica e a metafísica.
b) Na “Lei dos Três Estados” a argumentação desempenha um papel de primeiro plano no estado teológico. O estado teológico, na sua visão, corresponde a uma etapa posterior ao estado positivo.
c) O estado positivista apresenta-se na “Lei dos Três Estados” como o momento em que a observação prevalece sobre a imaginação e a argumentação, e na busca de leis imutáveis nos fenômenos observáveis.
d) Para Comte, o estado metafísico não tem contato com o estado teológico, pois somente o estado metafísico procura soluções absolutas e universais para os problemas do homem.
9 – O lema escrito na Bandeira do Brasil tem inspiração no Positivismo. Escreva a frase completa escrita por Comte.

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