Wellington Sversut - Bauru - Brasil

Agostinho - livre arbítrio

O homem é totalmente livre para escolher entre o bem e o mal?

Filosofia da Moral ou Ética
Tema: o livre arbítrio
Filósofo: Agostinho (354 – 430)
Obra: A Cidade de Deus (426)

Biografia

Santo Agostinho (354 – 430), foi um teólogo, filósofo e Doutor da Igreja Católica. Agostinho é uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente.

Habilidade: ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros

Foca na História - Publicado em 9 de mai de 2017

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

A Cidade de Deus (426)

(...) Porque também nossa própria vontade se inclui na ordem das causas, certa para Deus e contida em sua presciência. (...)
Por isso, de maneira alguma nos vemos constrangidos, admitida a presciência de Deus, a suprimir o arbítrio da vontade ou, admitido o arbítrio da vontade, a negar em Deus a presciência do futuro, o que é verdadeira impiedade. (...)
Assim, quando Deus castiga o pecador, o que te parece que ele diz senão estas palavras: ‘Eu te castigo porque não usaste de tua vontade livre para aquilo a que eu a concedi a ti’? Isto é, para agires com retidão. Por outro lado, se o homem carecesse do livre-arbítrio da vontade, como poderia existir esse bem, que consiste em manifestar a justiça, condenando os pecados e premiando as boas ações? Visto que a conduta desse homem não seria pecado nem boa ação, caso não fosse voluntária. Igualmente o castigo, como a recompensa, seria injusto, se o homem não fosse dotado de vontade livre. Ora, era preciso que a justiça estivesse presente no castigo e na recompensa, porque aí está um dos bens cuja fonte é Deus.
Portanto, era necessário que Deus desse ao homem vontade livre.

Dicionário Filosófico

Livre-arbítrio é a crença ou doutrina filosófica que defende que a pessoa tem o poder de escolher suas ações. A existência do livre-arbítrio tem sido uma questão central na história da filosofia. O conceito de livre-arbítrio tem implicações religiosas e morais. Por exemplo, no domínio religioso o livre-arbítrio pode implicar que uma divindade onipotente não imponha seu poder sobre a vontade e as escolhas individuais. Em ética, o livre-arbítrio pode implicar que os indivíduos possam ser considerados moralmente responsáveis pelas suas ações.

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – Santo Agostinho viveu entre os séculos IV e V. Portanto, era um filósofo...
( ) Do início da Idade Média e da Patrística
( ) Do início da Antiguidade e do Hedonismo
2 – De acordo com o dicionário filosófico acima o que é o livre-arbítrio?
3 – Ainda de acordo com o dicionário acima o conceito de livre-arbítrio tem implicações religiosas e morais.
a) No domínio religioso pode implicar...
b) No domínio da ética pode implicar...
4 – Por que, para Santo Agostinho, a presciência divina não é incompatível com o livre-arbítrio dos homens?
( ) Porque também nossa própria vontade se inclui na ordem das causas e estão contida na presciência de Deus.
( ) Porque também nossa própria alma já renasce com a presciência de Deus adquirida no mundo supra lunar.
5 - Por que, para Santo Agostinho, afirmar a necessidade da graça divina e a existência da predestinação não implica entrar em contradição com a tese do livre-arbítrio?
( ) Porque, na visão do filósofo, mesmo com a ajuda da graça divina, o homem é livre para escolher praticar o Bem ou o Mal.
( ) Porque, na visão do filósofo, com a ajuda da graça divina, o homem é condicionado, determinado, entre escolher o Bem ou o Mal.
6 - Por que a afirmação do livre-arbítrio é necessária para que uma pessoa seja moralmente responsabilizada por seus atos?
( ) Porque nossa conduta não seria pecado nem boa ação, caso não fosse voluntária. Nós escolhemos, decidimos livremente como agir. Dessa maneira, somos responsáveis por nossos destinos.
( ) Porque nossa conduta não seria pecado nem boa ação, se fosse somente a vontade de Deus. Deus escolhe, decidi como será nossa ação. Dessa maneira, a responsabilidade de nossos destinos depende exclusivamente da vontade de Deus.
7 - VESTIBULAR - Considerando as reflexões de Santo Agostinho sobre o livre-arbítrio, assinale a alternativa CORRETA: 
a) Ser livre é deliberar com autonomia, respeitando as leis humanas que são a expressão fiel das leis divinas.
b) Ser livre é um ato de fé, a razão não desempenha papel fundamental no exercício do livre-arbítrio.
c) A vontade não governa o homem e a fé é suficiente para assegurar o livre-arbítrio.
d) O livre-arbítrio deve orientar-se segundo a razão divina, ou seja, de acordo com os preceitos da lei eterna, o que não se faz sem que o homem mergulhe em si mesmo para se conhecer.
e) Ser livre independe da iluminação divina e o intelecto humano é suficiente para se autodeterminar.
8 – (Enem/2019) 
Nesse texto, o filósofo cristão Agostinho de Hipona sustenta que a punição divina tem como fundamento o(a):
a) desvio da postura celibatária.
b) insuficiência da autonomia moral.
c) afastamento das ações de desapego.
d) distanciamento das práticas de sacrifício.
e) violação dos preceitos do Velho Testamento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário