Wellington Sversut - Bauru - Brasil

Locke - empirismo

Como se adquire conhecimento?

Filosofia do Conhecimento
Tema: o empirismo
Filósofo: Locke (1632 - 1704)
Obra: Ensaio Acerca do Entendimento Humano (1690)

Biografia

John Locke (1632 – 1704) foi um filósofo inglês predecessor do Iluminismo. Para fins didáticos, Locke costuma ser classificado entre os "Empiristas Britânicos", junto com David Hume e George Berkeley, principalmente por sua obra relativa à questões epistemológicas. Locke é considerado o protagonista do empirismo, a teoria normalmente chamada da "Tabula rasa". Esta teoria afirma que todas as pessoas começam por não saber absolutamente nada e que aprendem pela experiência.

Habilidade:
ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros



Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

Ensaio Acerca do Entendimento Humano (1690)

Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias; como ela será suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isto respondo, numa palavra: da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento. Empregada tanto nos objetos sensíveis externos como nas operações internas de nossas mentes, que são por nós mesmos percebidos e refletidos, nossa observação supre nosso entendimento com todos os materiais do pensamento. Dessas duas fontes de conhecimento jorram todas as nossas ideias, ou as que possivelmente teremos.
Primeiro, nossos sentidos, familiarizados com os objetos sensíveis particulares, levam para a mente várias e distintas percepções das coisas, segundo os vários meios pelos quais aqueles objetos a impressionaram. Recebemos, assim, as ideias de amarelo, branco, quente, frio, mole, duro, amargo, doce e todas as ideias que denominamos qualidades sensíveis. Quando digo que os sentidos levam para a mente, entendo com isso que eles retiram dos objetos externos para a mente o que produziu estas percepções. A esta grande fonte da maioria de nossas ideias, bastante dependente de nossos sentidos, dos quais se encaminham para o entendimento denomino sensação.
A outra fonte pela qual a experiência supre o entendimento com ideias é a percepção das operações de nossa própria mente, que se ocupa das ideias que já lhe pertencem. Tais operações, quando a alma começa a refletir e a considerar, suprem o entendimento com outra série de ideias que não poderia ser obtida das coisas externas, tais como a percepção, o pensamento, o duvidar, o crer, o raciocinar, o conhecer, o querer e todos os diferentes atos de nossas próprias mentes.
(...) Mas, como denomino a outra de sensação, denomino esta de reflexão: ideias que se dão ao luxo de serem tais apenas quando a mente reflete sobre as próprias operações.

Dicionário Filosófico

Empirismo – Doutrina ou teoria do conhecimento segundo a qual todo conhecimento humano deriva, direta ou indiretamente, da experiência sensível externa ou interna. O empirismo demonstra que não há outra fonte de conhecimento senão a experiência e a sensação.

Tabula rasa – Expressão latina tornada célebre por Locke e Leibniz a propósito do debate em torno do inato e do adquirido

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

2010Volume1CADERNODOALUNOFILOSOFIAEnsinoMédio1ªsérieCadernodoAluno
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

1 – Segundo Locke, como adquirimos conhecimento?
Através do (a) _____________________.
2 – Quais são as duas fontes de conhecimento fundadas na experiência?
3 – A primeira fonte ele denomina de: ____________________.
4 – A segunda fonte ele denomina de: ____________________.
5 – Quais são os exemplos de ideias (que Locke utilizou) para a primeira fonte?
6 – Quais são os exemplos de ideias (que Locke utilizou) para a segunda fonte?
7 – O que é empirismo?
8 – Coloque (V) para a sentença verdadeira ou (F) para a falsa (se houver) sobre as características do empirismo:
                (   ) A formação do conhecimento depende das experiências.
   (  ) Nós nascemos como uma “tabula rasa” e precisamos experimentar o mundo pelos nossos cinco sentidos para aprender.
9 – (Unicamp 2015) A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato.
LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p.13.
O empirismo, corrente filosófica da qual Locke fazia parte...
a) afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da experiência.
b) é uma forma de ceticismo, pois nega que os conhecimentos possam ser obtidos.
c) aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar a existência de ideias inatas.
d) defende que as ideias estão presentes na razão desde o nascimento.

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