Wellington Sversut - Bauru - Brasil

Kant - sublime

Existe somente um tipo de beleza?

Filosofia da Arte ou Estética
Tema: o sublime
Filósofo: Kant (1724 – 1804)
Obras: Observações sobre o Sentimento do Belo e do Sublime (1764); Crítica do Juízo (1790)
 
Biografia

Kant (1724 – 1804) foi um filósofo alemão, geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes.

Habilidade: ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros


http://hillmanwonders.blogspot.com/2010/05/grand-canyon.html
Acesso em 4 de janeiro de 2012
http://viagemlegal.com/ilustra.php?ilu=298
Acesso em 4 de janeiro de 2012
http://criticaehistoria.blogspot.com/2010/04/erupcao-vulcanica-maior.html
Acesso em 4 de janeiro de 2012

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

Observações sobre o Sentimento do Belo e do Sublime (1764)

Rochedos destacando-se audaciosamente num céu em que nuvens de tempestade reúnem-se e avançam entre clarões e o estrondo dos trovões, vulcões em toda sua devastadora potência, furacões a que se segue a desolação, o imenso oceano enfurecido, as quedas de um rio poderoso, etc., são coisas que reduzem nosso poder de resistir a qualquer coisa derrisória em comparação à força que detêm. Mas, se estamos em segurança, o espetáculo é tanto mais atraente quanto próprio a suscitar medo; e de bom grado chamamos sublimes a esses objetos, pois eles elevam as forças da alma para além do meio habitual e nos fazem descobrir em nós um poder de resistência de outro gênero, que nos dá coragem de enfrentar a aparente onipotência da natureza (...). Assim, a natureza é considerada sublime em nosso juízo estético não por engendrar medo mas porque constitui um apelo à força que está em nós (que não é, porém, natureza), força que nos permite olhar tudo aquilo com que nos preocupamos (os bens, a saúde e a vida) como coisas pequenas e, consequentemente, não ver na natureza (...) um poder diante do qual devêssemos nos inclinar, quando se trata de nossos princípios supremos e sua manutenção ou abandono. Portanto nisso a natureza é dita sublime, unicamente porque eleva a imaginação à apresentação dessas situações, nas quais o espírito pode tornar-se sensível, o que é propriamente sublime em sua destinação e superior até à natureza. (...)
Os que possuem o sentimento do sublime são conduzidos aos elevados sentimentos da amizade, da eternidade, do desprezo do mundo, pelo silêncio de uma noite de verão, quando o trêmulo brilho das estrelas atravessa a escuridão e a lua solitária surge no horizonte. A luz do dia inspira, como o fogo do trabalho, um sentimento de alegria. O sublime comove, o belo encanta. O rosto daquele que é penetrado pelo sentimento do sublime respira severidade, às vezes espanto, ao passo que o vivo sentimento do belo traduz-se por um olhar de brilhante serenidade, pelo sorriso e, às vezes, por uma alegria ruidosa. Há diversos tipos de sublime. O sentimento do sublime tanto pode ser acompanhado de tristeza ou de medo, tanto de admiração tranquila como ainda aliar-se ao sentimento de uma augusta beleza. Eu denominaria sublime-terrível a primeira espécie de sublime, sublime-nobre a segunda, sublime-magnífico a terceira. (...)
O sublime é sempre grande, o belo também pode ser pequeno. O sublime requer simplicidade, o belo suporta o ornamento. Um cume não é menos sublime que um abismo; mas aquele suscita admiração, é o sublime-nobre, e este, o sublime-terrível, o medo. Hasselquist relata que as pirâmides do Egito, tão sóbrias e nobres em sua arquitetura, são na realidade mais comoventes do que se poderia imaginá-las a partir de uma descrição. A igreja de São Pedro, em Roma, admirável de grandeza e simplicidade, é magnífica, porque a beleza, isto é, o ouro, os trabalhos em mosaico, etc., aí estão organizados de maneira tal, que prevalece o sentimento do sublime. (...)

Crítica do Juízo (1790)

O belo concilia-se com o sublime pelo fato de ambos agradarem por si mesmos. Além disso, os dois não pressupõem um juízo dos sentidos nem um juízo determinante do intelecto, mas um juízo de reflexão. (...)
No primeiro caso (o belo), portanto, o prazer está ligado à representação da qualidade; no segundo caso (o sublime), por sua vez, à representação da quantidade.

Dicionário Filosófico

SublimeUma das duas grandes categorias, juntamente com o belo, da estética do séc. XVIII. A experiência do sublime dá-se, supostamente, quando presenciamos espetáculos naturais como montanhas rasgando os céus e tempestades no mar. Trata-se de algo invulgarmente grandioso e fascinante, que só se manifesta perante objetos que ultrapassam e desafiam os limites da nossa imaginação, impondo respeito e, até, intimidando-nos com a sua majestade. Nesse sentido distingue-se claramente do belo. Kant considera que o sentimento do sublime nos confronta com a nossa pequenez, obrigando-nos a elevar acima da vulgaridade.

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – Cite os exemplos de experiências sublimes da natureza que Kant nos dá no início do texto.
2 – Quando eles são espetáculos e não suscitam medo?
3 – Quais são os benefícios para nós ao contemplarmos o sublime?
4 – Porque a natureza é considerada sublime em nossos juízos estéticos?
                (   ) porque constitui um apelo à força que está em nós
                (   ) porque eleva a imaginação
                (   ) porque o espírito pode tornar-se sensível
                (   ) todas as alternativas acima
5 – Relacione:
                (A) Sublime
                (B) Belo
                (   ) sorriso; alegria; encantamento; serenidade
                (   ) elevados  sentimentos (amizade, eternidade); comoção; severidade
6 – Relacione:
                (A) sublime-terrível
                (B) sublime-nobre
                (C) sublime-magnífico
            (  ) sentimento de uma augusta beleza (as pirâmides do Egito; a igreja de São Pedro em Roma)
                (   ) admiração tranquila (um cume)
                (   ) tristeza ou medo (um abismo)
7 – O belo e o sublime ao se conciliarem suscitam qual tipo de juízo?
8 – Segundo Kant, o belo é limitado, é compreensível pela razão e está ligado à representação da _________________________. (quantidade / qualidade)
9 – Segundo Kant, o sublime é ilimitado, é compreensível pela imaginação e está ligado à representação da ________________________. (quantidade / qualidade)
10 – Quando observamos aspectos assustadores da natureza (sua violência), a imaginação nos leva a ultrapassar os limites do humano.
                (   ) verdadeiro                     (   ) falso
11 – Pesquise uma imagem que retrate o sublime conforme o exemplo no início desta postagem.

Walter Benjamin - "aura" da arte

A obra de arte mantém sua “aura” em uma época de reprodutibilidade?

Filosofia da Arte ou Estética
Tema: a “aura” da obra de arte
Filósofo: Walter Benjamim (1892 – 1940)
Obra: A Obra de Arte na Época de sua Reprodução Técnica (1936)

Biografia

Walter Benjamin (1892 – 1940) foi um ensaísta, crítico literário, tradutor, filósofo e sociólogo judeu alemão.

Habilidade:
ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros


Beethoven - Concerto para Violino, Opus 61 - Heifetz (violinista)
(Em Long Play é impossível a reprodução, pois o 1º movimento tem 25'35" minutos)

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

A Obra de Arte na Época de sua Reprodução Técnica (1936)

À mais perfeita reprodução falta sempre algo: o hic et nunc (aqui e agora) da obra de arte, a unidade de sua presença no próprio local onde se encontra. É a esta presença única, no entanto, e só a ela que se acha vinculada toda a sua história. Falando de história, lembramo-nos também das alterações materiais que a obra pode sofrer de acordo com a sucessão de seus possuidores. O vestígio das alterações materiais só fica desvendado em virtude das análises físico-químicas, impossíveis de serem feitas numa reprodução; a fim de determinar as sucessivas mãos pelas quais passou a obra, deve-se seguir toda uma tradição, a partir do próprio local onde foi criada.
O hic et nunc do original constitui aquilo que se chama de sua autenticidade. Para se estabelecer a autenticidade de um bronze, torna-se, às vezes, necessário recorrer a análises químicas da sua pátina; para demonstrar a autenticidade de um manuscrito medieval é preciso, às vezes, determinar a sua real proveniência, de um depósito de arquivos do século XV. A própria noção de autenticidade não tem sentido para uma reprodução, seja técnica ou não. Mas, diante da reprodução feita pela mão do homem e, em princípio, considerada como uma falsificação, o original mantém a plena autoridade; não ocorre o mesmo no que concerne à reprodução técnica. E isto por dois motivos. De um lado, a reprodução técnica está mais independente do original. No caso da fotografia, é capaz de ressaltar aspectos do original que escapam ao olho e são apenas passíveis de serem apreendidos por uma objetiva que se desloque livremente a fim de obter diversos ângulos de visão; graças a métodos como a ampliação ou a desaceleração. Pode-se atingir a realidades ignoradas pela visão natural. Ao mesmo tempo, a técnica pode levar a reprodução de situações, onde o próprio original jamais seria encontrado. Sob a forma de fotografia ou de disco permite, sobretudo, a maior aproximação da obra ao espectador ou ao ouvinte. A catedral abandona sua localização real a fim de se situar no estúdio de um amador; o musicômano pode escutar a domicílio o coro executado numa sala de concerto ou ao ar livre.
(...)
O que caracteriza a autenticidade de uma coisa é tudo aquilo que ela contém e é originalmente transmissível, desde sua duração material até seu poder de testemunho histórico. Como este próprio testemunho baseia-se naquela duração, na hipótese da reprodução, onde o primeiro elemento (duração) escapa aos homens, o segundo – o testemunho histórico da coisa fica identicamente abalado. Nada demais certamente, mas o que fica assim abalado é a própria autoridade da coisa.
Poder-se-ia resumir todas essas falhas, recorrendo-se à noção de aura, e dizer: na época das técnicas de reprodução, o que é atingido na obra de arte é a sua aura. Esse processo tem valor de sintoma, sua significação vai além do terreno da arte. Seria impossível dizer, de modo geral, que as técnicas de reprodução separam o objeto reproduzido do âmbito da tradição. Multiplicando as cópias, elas transformam o evento produzido apenas uma vez num fenômeno de massas. Permitindo ao objeto reproduzido oferecer-se à visão e à audição, em quaisquer circunstâncias, conferem-lhe atualidade permanente. Esses dois processos conduzem a um abalo considerável da realidade transmitida – a um abalo da tradição, que se constitui na contrapartida da crise por que passa a humanidade e a sua renovação atual. Estão em estreita correlação com os movimentos de massa hoje produzidos. Seu agente mais eficaz é o cinema. Mesmo considerado sob forma mais positiva – e até precisamente sob essa forma, não se pode apreender a significação social do cinema, caso seja negligenciado o seu aspecto destrutivo e catártico: a liquidação do elemento tradicional dentro da herança cultural. Tal fenômeno é peculiarmente sensível nos grandes filmes históricos e quando Abel Gance, em 1927, bradava com entusiasmo:
“Shakespeare, Rembrandt, Beethoven farão cinema... Todas as legendas, toda mitologia e todos os mitos, todos os fundadores de religiões e todas as próprias religiões... aguardam sua ressurreição luminosa e os heróis se empurram diante das nossa portas para entrar”.
Convidava-nos, sem saber, a uma liquidação geral.

Dicionário Filosófico

Kitsch –  é um termo de origem alemã que é usado para categorizar objetos de valor estético distorcidos e/ou exagerados, que são considerados inferiores à sua cópia existente. São frequentemente associados à predileção do gosto mediano e pela pretensão de, fazendo uso de estereótipos e chavões que não são autênticos, tomar para si valores de uma tradição cultural privilegiada. A produção Kitsch surge para suprir a demanda de uma classe média em ascensão, que não conseguia entender e aceitar a arte de vanguarda, com suas propostas inovadoras, mas desejava participar do "universo da arte”. Esta parte da população não teve a sensibilidade artística educada e, portanto, não desenvolveu o gosto, mas queria parecer culta e apreciadora da arte, porque isto lhe conferia status social.

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/08/Leonardo_da_Vinci_%281452-1519%29_-_The_Last_Supper_%281495-1498%29.jpg
Acesso em: 5 de janeiro de 2012

1 – A Última Ceia” de Leonardo da Vinci corresponde ao primeiro parágrafo do texto de Benjamim? 
                (   ) sim                                  (   ) não
      Por quê?
2 – A obra de arte original mantém sua:
                (   ) autenticidade                   (   ) reprodução
3 – Quais são os dois motivos pelo qual o original mantém a plena autoridade diante da reprodução?
4 – Qual exemplo ele dá, nos dois casos?
5 – O que caracteriza a autenticidade de algo?
6 – Portanto, em nossa época das técnicas de reprodução, o que é atingido na obra de arte?
7 – Quando a indústria multiplica as cópias, elas transformam a arte produzida apenas uma vez num ________________ ___ ___________________.
8 – Quando a arte reproduzida oferecer-se à visão e à audição, em quaisquer circunstâncias, uma atualidade permanente, qual o abalo produzido?
9 – Qual arte é duramente criticada no último parágrafo e que nos levaria a uma liquidação geral?
10 - Pesquise uma imagem de "obra de arte" denominada Kitsch, conforme o exemplo:
"Última Ceia" em bordado
http://fioearte.blogspot.com/2009/04/quadros-da-santa-ceia.html
Acesso em: 5 de janeiro de 2012

Hegel - idealidade

A arte pode dar valor a coisas insignificantes?

Filosofia da Arte ou Estética
Tema: idealidade na arte
Filósofo: Hegel (1770 – 1831)
Obra: Estética (1820-1829)

Biografia

Hegel (1770 – 1831) foi um filósofo alemão. Era fascinado pelas obras de Spinoza, Kant e Rousseau, assim como pela Revolução Francesa. Muitos consideram que Hegel representa o ápice do idealismo alemão do século XIX, que teve impacto profundo no materialismo histórico de Karl Marx.

Habilidade: ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros


Três pares de botas (Van Gogh)
http://charcofrio.blogspot.com/2010/07/vincent-van-gogh.html
Acesso em 4 de janeiro de 2012

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

Estética (1820 – 1829)

O conteúdo pode ser totalmente indiferente e apresentar para nós, na vida comum, fora da sua representação artística, apenas um interesse momentâneo. É assim, por exemplo, que a pintura holandesa soube recriar as aparências fugidias da natureza e dela retirar mil e um efeitos. Veludos, brilho de metais, luz, cavalos, soldados, anciãs, camponeses espalhando ao redor de si fumaça dos cachimbos, o vinho cintilando em vidros transparentes, rapazes em roupas sujas jogando cartas, todos esses temas e centenas de outros que na vida corrente interessam-nos de leve – pois nós mesmos, quando jogamos cartas ou bebemos e conversamos de uma coisa ou outra, encontramos nisso interesses totalmente diferentes – desfilam diante dos nossos olhos quando olhamos esses quadros. Mas o que nos atrai nesses conteúdos, quando representados pela arte, é justamente essa aparência de manifestação dos objetos como obras do espírito que faz o mundo material, exterior e sensível, sofrer uma transformação em profundidade. Ao invés de lã e da seda reais, de cabelos, vidros, carnes e metais reais, de fato vemos apenas cores. (...)
Graças a essa idealidade, a arte imprime a objetos insignificantes em si um valor que, apesar de sua insignificância, fixa em si, fazendo deles seu objetivo e atraindo nossa atenção para coisas que, sem ela, escapar-nos-iam por completo. A arte cumpre o mesmo papel com relação ao tempo e, também aqui, age idealizando. Torna durável o que é, em estado natural, apenas fugidio e passageiro; quer se trate de um sorriso instantâneo, de uma rápida contração sarcástica da boca ou de manifestações apenas perceptíveis da vida espiritual do homem, assim como de acidentes e fatos que vão e vêm, que aí estão por um instante, para logo ser esquecidos, tudo isso a arte extrai da existência perecível e evanescente, mostrando-se ainda nisso superior à natureza.

Dicionário Filosófico

Idealidade – qualidade do que é ideal; propriedade de ser apreensível pelo espírito; disposição espiritual de dar as coisas um caráter ideal; idealismo. Segundo Hegel, a idealidade pode ser denominada a qualidade da infinidade, isto é, a qualidade do real porque só o infinito é real e em troca o finito não o é.

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – Pesquise uma pintura com “conteúdo totalmente indiferente” e apresentando somente “um interesse momentâneo”.
2 – Quando a arte representa esse objeto, o que nos atrai nesse conteúdo?
3 – De fato, quando observamos a arte vemos apenas o quê?
4 – A arte, ao imprimir aos objetos insignificantes em si um valor, torna-se uma:
                (   ) Realidade                      (   ) Idealidade
5 – Pesquise uma arte (pintura ou fotografia) que idealiza (torna durável) em relação ao tempo. Exemplo:


Carcará: o momento decisivo
Acesso em: 4 de janeiro de 2012

Leonardo da Vinci - técnica

É possível a pintura espelhar a natureza?

Filosofia da Arte ou Estética
Tema: a técnica
Filósofo: Leonardo da Vinci (1452 – 1519)
Obra: Tratado da Pintura

Biografia

Leonardo da Vinci, (1452 – 1519) foi um pintor, matemático, escultor, arquiteto, físico, engenheiro, poeta, cientista, botânico e músico do Renascimento italiano). É considerado um dos maiores gênios da história da Humanidade, embora não tivesse nenhuma formação na maioria dessas áreas, como na engenharia e na arquitetura.

Habilidade: ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros

http://lilimachado.files.wordpress.com/2008/10/leonardo-ginevra.jpg
Acesso em 4 de janeiro de 2012

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

Tratado da Pintura

Tem um espelho que reflita ao mesmo tempo tua obra e teu modelo e julga dessa maneira. A pintura deve parecer uma coisa natural vista num grande espelho. O espírito do pintor deve ser semelhante ao espelho que se transforma na cor dos objetos e se enche de tanta semelhança quanto nelas existe, diante dele. Bom pintor, deves ser senhor de imitar com tua arte todas as formas que a Natureza produz e não poderás fazê-lo se não as guardares de cor. Quando quiseres ver se toda tua pintura está de acordo com o objeto natural, toma um espelho e fá-lo refletir o modelo vivo, comparando esse reflexo com a tua obra; bem verás se o original é conforme à cópia. E, acima de tudo, toma o espelho como mestre, pois no espelho uniforme os objetos projetam-se semelhantes em muitos pontos àquilo que são na pintura. Verás a pintura feita num plano representar as coisas que parecem em relevo, e o espelho, num plano, faz o mesmo: a pintura, como o espelho, é uma única superfície; ela é impalpável, como o reflexo, que parece redondo e brilhante e não pode ser contornado com as mãos, assim como a pintura; o espelho e o quadro mostram a similitude das coisas com suas sombras e luzes. E sabes que o espelho, por meio do contorno das sombras e suas luzes, mostra-te o objeto destacado e tendo, através das cores, luzes e sombras mais poderosas que as do espelho; se sabes combiná-las bem em conjunto, tu quadro parecerá uma coisa natural vista num grande espelho. (...)
A pintura representa para os sentidos as obras da natureza, com mais verdade e precisão que as palavras ou as letras. As letras tornam a palavra melhor que a pintura, mas nós, nós diríamos que é mais admirável a ciência que representa a obra da natureza do que a que oferece apenas a obra do homem, ou seja, a palavra, a poesia e outras mais, que passam através da linguagem humana. (...)
A pintura abraça as superfícies, as cores e as figuras de todas as coisas vistas, enquanto a filosofia penetra esses mesmos corpos para estudar as suas propriedades; mas ela não fica satisfeita como com a verdade desses corpos, pois o olho se engana menos que o espírito. (...)
O olho, através do qual a beleza do universo revela-se à nossa contemplação, é de tal excelência, que alguém que se resignasse a perdê-lo estaria privado de conhecer todas as obras da natureza cuja visão faz a alma estar contente na prisão do corpo; graças aos olhos, que lhe representam a infinita variedade da criação: quem os perde abandona essa alma numa prisão obscura, na qual acaba a esperança de rever o sol, luz do universo. (...)
O pintor quer ver uma beleza que o encante e é capaz de criá-la; e se agrada-lhe invocar monstros medonhos ou cenas histriônicas e risíveis e ainda outras tocantes, disso ele é senhor e deus; e se quer criar lugares desolados ou cantos densos e sombreados no tempo quente ou então recantos quentes quando o tempo é frio. Se quer descobrir vales ou altos picos de montanhas, perceber uma grande planície ou então o mar no horizonte, ele é capaz, como também de perceber pequenos vales e altas montanhas ou de seu cimo contemplar os vales e as praias. Com efeito, o que está no universo por essência, frequência e imaginação deve primeiro estar no espírito do pintor e em seguida nas suas mãos; e estas são de uma excelência tal, que geram uma proporção harmônica ao mesmo tempo que um único olhar cinge o objeto. Os amantes voltam-se para o retrato do objeto amado como se falassem à pintura que o representa; povos demonstram seu fervor procurando as imagens dos deuses e não os livros dos poetas onde, com palavras, esses, mesmos deuses são representados; os próprios animais enganam-se vendo uma pintura.

Dicionário Filosófico

Técnica – Conjunto de regras práticas ou procedimentos adotados em um ofício de modo a se obter os resultados visados. Habilidade prática. Recursos utilizados no desempenho de uma atividade prática.

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – A pintura, no quadro, é uma única superfície; ela é impalpável, como o reflexo. Qual objeto mostra esta similitude?
2 – Segundo Leonardo, o bom pintor deve ser capaz de imitar com sua arte todas as formas que a natureza produz. Ele diz, ainda, que o original (natureza) deverá ser conforme a cópia (pintura).
                (   ) verdadeiro                     (   ) falso
3 – Para os nossos sentidos quem representa melhor as obras da natureza?
                (   ) as palavras                    (   ) a pintura
4 – A pintura representa a natureza e a filosofia suas propriedades. Na busca da verdade quem se engana mais?
                (   ) o olho (pintura)              (   ) o espírito (filosofia)
5 – Na sequência, qual órgão sensorial Leonardo dá mais importância para a contemplação da beleza do universo?
6 – Quem perde este sentido acima acaba com a esperança de rever a luz do universo. O que é esta luz?
7 – Na parte final do texto Leonardo descreve a capacidade do pintor e suas criações. Qual faculdade do intelecto o artista desenvolve para criar tais paisagens ou cenários?
                (   ) o juízo                            (   ) a razão
                (   ) a memória                       (   ) a imaginação
8 – Escreva a frase do texto que corresponde a imagem abaixo:



9 – Qual filósofo grego também considerava a pintura como imitação da natureza? Porém, para ele toda  criação era uma imitação, até mesmo a criação do mundo era uma imitação da natureza verdadeira (o Mundo das Ideias ou Formas). Sendo assim, a representação artística do mundo físico seria uma imitação de segunda mão.
Era o filósofo ________________________________.
10 – Qual a diferença entre os dois, então?
                (   ) Na possibilidade de educação através da imitação
                (   ) Na possibilidade de conhecimento através da imitação
                (   ) Na possibilidade de emanação/participação através da imitação

Kant - guerra / paz

Como podemos manter a paz?

Filosofia Política
Temas: guerra e paz
Filósofo: Kant (1724 - 1804)
Obra: A Paz Perpétua (1795)

Biografia

Immanuel Kant (1724 – 1804) foi um filósofo alemão, geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes.

Habilidade: ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros

Rússia e Ucrânia

War - Grow Games
http://www.growgames.com.br/Jogos/War

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

A Paz Perpétua (1795)

O estado de paz entre os homens, que vivem uns ao lado dos outros, não é um estado natural, é mais propriamente um estado de guerra. Mesmo que nem sempre se verifique a eclosão das hostilidades, existe, porém, a sua constante ameaça.
O estado de paz deve, portanto, ser instituído. A ausência de hostilidade não constitui qualquer garantia de paz, e se essa garantia não for fornecida a um vizinho pelo outro (o que só pode dar-se num estado de legalidade), o primeiro pode tratar o segundo, a quem tenha pedido essa garantia, como um inimigo.
A constituição funda-se, em primeiro lugar, conforme os princípios da liberdade dos membros de uma sociedade (enquanto homens); em segundo lugar, conforme os princípios de dependência de todos a uma única legislação comum (enquanto súditos); em terceiro lugar, conforme a lei da sua igualdade (enquanto cidadãos). A única constituição que deriva da ideia do contrato original, sobre o qual deve fundar-se toda legislação jurídica, é a republicana.
Logo, no que se refere ao direito, essa constituição é em si mesma aquela que está originariamente na base de todo tipo de constituição civil; e agora a única coisa que se deve perguntar é se é também a única que possa levar à paz perpétua. Ora, a constituição republicana, além da limpidez da sua origem, do fato de ter saído da nascente pura da ideia de direito, tem também a perspectiva do resultado desejado, a paz perpétua. E a razão é a seguinte.
Se (como deve forçosamente acontecer nessa constituição) para decidir se deve haver guerra ou não é solicitado o consenso dos cidadãos, a coisa mais natural é que esses cidadãos, pensando que serão eles mesmos a sofrer todas as calamidades da guerra (combater pessoalmente; pagar do seu bolso os custos da guerra; restaurar com grande esforço as ruínas que ela deixa atrás de si e, para o cúmulo das desgraças, e que torna amarga a paz, sobrecarregar-se de dívidas que, devido às próximas novas guerras, nunca serão saldadas), reflitam muito antes de começar um jogo tão brutal.
Ao contrário, numa constituição em que o súdito não é cidadão – logo, uma constituição não republicana, decidir quanto à guerra é a coisa sobre a qual menos se reflete, porque o soberano não é um concidadão, mas o proprietário do Estado, e a guerra não chegarão aos seus banquetes, às suas batidas de caça, aos seus castelos no campo.

Dicionário Filosófico

Paz – é geralmente definida como um estado de calma ou tranquilidade, uma ausência de perturbações ou agitação. Derivada do latim “Pax = Absentia Bell”i, pode referir-se à ausência de violência ou guerra. Neste sentido, a paz entre nações.

Guerra – é um confronto sujeito a interesses da disputa entre dois ou mais grupos distintos de indivíduos mais ou menos organizados. A guerra pode ocorrer entre países ou entre grupos menores como tribos ou facções dentro do mesmo país (confronto interno). Em ambos os casos, pode-se ter a oposição dos grupos rivais isoladamente ou em conjunto. Neste último caso, tem-se a formação de aliança(s).

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – O estado de paz entre as nações é um estado:
                (   ) natural                            (   ) instituído
2 – Segundo Kant, qual é a melhor forma de constituição de um Estado?
3 – Quais são os três princípios da constituição acima?
4 – O que é uma República?
5 – Nessa constituição é necessário o consenso de quem para haver guerra ou não?
6 – Para declarar guerra, o povo deve refletir sobre quais possíveis sofrimentos?
7 – A decisão em entrar ou não no estado de guerra se dá mais facilmente:
                (   ) em uma constituição republicana
                (   ) em uma constituição não republicana
      Por quê?
8 – Portanto, para evitar a guerra, todos nós devemos exercer a:
                (   ) cidadania política         (   ) obediência civil
9 – Qual é o nome oficial do Brasil adotado em 1967?
10 – O que é uma Federação?
11 – Qual o nome do Ministério do Governo Federal incumbido de exercer a direção superior das Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica e estabelecer políticas ligadas à Defesa e à Segurança do País?
12 – Qual é o nome do ministro?

Kant - iluminismo

O que é ser uma pessoa esclarecida?

Filosofia Política
Tema: o iluminismo
Filósofo: Kant (1724 – 1804)
Obra: Resposta à pergunta “O que é Esclarecimento?” (Aufklärung) (1784)

Biografia

Immanuel Kant (1724 – 1804) foi um filósofo alemão, geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes.

Habilidade: ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros


Os Burgueses de Calais - Rodin
http://www.flickr.com/photos/dietaydeporte/3977757111/sizes/o/in/photostream/ 
Acesso em: 29 de janeiro de 2012

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

O Que é Esclarecimento? (1784)

Esclarecimento é saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Sapere aude! (ouse saber) Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento.
A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha, continuem, no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que explicam por que é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles. É tão cômodo ser menor. Se tenho um livro que faz às vezes de meu entendimento, um diretor espiritual que por mim tem consciência, um médico que por mim decide a respeito de minha dieta, etc., então não preciso esforçar-me eu mesmo. Não tenho necessidade de pensar, quando posso simplesmente pagar; outros se encarregarão em meu lugar dos negócios desagradáveis. A imensa maioria da humanidade (inclusive todo o belo sexo) considera a passagem à maioridade difícil e além da mais perigosa, porque aqueles tutores de bom grado tomaram a seu cargo a supervisão dela. Depois de terem primeiramente embrutecido seu gado doméstico e preservado cuidadosamente estas tranquilas criaturas a fim de não ousarem dar um passo fora do caminho para aprender a andar, no qual as encerravam, mostram-lhes em seguida o perigo que as ameaça se tentar andar sozinhas. Ora, este perigo na verdade não é tão grande, pois aprenderiam muito bem a andar finalmente, depois de algumas quedas. Basta um exemplo deste tipo para tornar tímido o indivíduo e atemorizá-lo em geral para não fazer outras tentativas no futuro.
É difícil, portanto para um homem em particular desvencilhar-se da menoridade que para ele se tornou quase uma natureza. Chegou mesmo a criar amor a ela, sendo por ora realmente incapaz de utilizar sei próprio entendimento, porque nunca o deixaram fazer a tentativa de assim proceder. Preceitos e fórmulas, estes instrumentos mecânicos do uso racional, ou antes, do abuso de seus dons naturais, são os grilhões de uma perpétua menoridade. Quem deles se livrasse só seria capaz de dar um salto inseguro mesmo sobre o mais estreito fosso, porque não está habituado a este movimento livre. Por isso são muito poucos aqueles que conseguiram, pela transformação do próprio espírito, emergir da menoridade e empreender então uma marcha segura.
Que, porém um público s esclareça a si mesmo é perfeitamente possível; mais que isso, se lhe for dada a liberdade, é quase inevitável. Pois encontrar-se-ão sempre alguns indivíduos capazes de pensamento próprio, até entre os tutores estabelecidos da grande massa, que, depois de terem sacudido de si mesmos o jugo da menoridade, espalharão em redor de si o espírito de uma avaliação racional do próprio valor e da vocação de cada homem em pensar por si mesmo. O interessante neste caso é que o público, que anteriormente foi conduzido por eles a este jugo, obriga-os daí em diante a permanecer sob ele, quando é levado a se rebelar por alguns de seus tutores ou predecessores destes. Por isso, um público só muito lentamente pode chegar ao esclarecimento. Uma revolução poderá talvez realizar a queda do despotismo pessoal ou da opressão ávida de lucros ou de domínios, porém nunca produzirá a verdadeira reforma do modo de pensar. Apenas novos preconceitos, assim como os velhos, servirão como cintas para conduzir a grande massa destituída de pensamento. Para este esclarecimento, porém nada mais se exige senão liberdade. E a mais inofensiva entre tudo aquilo que se possa chamar liberdade, a saber: a de fazer uso público de sua razão em todas as questões.

Dicionário Filosófico

Iluminismo – caracteriza-se pela defesa na ciência e da racionalidade crítica, contra a fé, a superstição e o dogma religioso.

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – O que é "Esclarecimento"?
2 – O que é "menoridade"?
3 – Quem é o culpado desta "menoridade"?
4 – Quais as causas pela qual uma tão grande parte dos homens continue menor durante toda a vida? Coloque (V) para as verdadeiras ou (F) para as falsas.
       (   ) falta de decisão        (   ) falta de coragem        (   ) preguiça        (   ) covardia
5 – Qual é o lema do "esclarecimento"?
6 – Cite os três exemplos que Kant dá para assuntos onde nós não fazemos uso de nossa própria razão e até pagamos pra isto.
7 – Para nós é ____________ (fácil/difícil) sair da menoridade. Porque nós ______________ (gostamos/odiamos) em ser menores. Portanto, somente ____________ (alguns/todos) sairão da menoridade.
8 – O que é preciso, então, para sairmos da menoridade?
                (   ) transformar o nosso espírito; utilizar o próprio entendimento
                (   ) transformar o espírito do povo; utilizar o entendimento dos doutores
9 – Em uma palavra o que se exige para que um público se esclareça?
10 – Dê um exemplo de como nós podemos "fazer uso público da razão em todas as questões" atualmente?
11 - ENEM - Kant destaca no texto o conceito de esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa...
a) a reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da maioridade.
b) o exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas.
c) a imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma heterônoma.
d) a compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de entendimento.
e) a emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão.

Adam Smith - liberalismo econômico

O Estado deve intervir na economia?

Filosofia Política
Tema:
 o liberalismo econômico
Filósofo: Adam Smith (1723 – 1790)
Obra: Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações (1776/84)

Biografia

Adam Smith (1723 — 1790) foi um economista e filósofo escocês. Teve como cenário para a sua vida o atribulado século das Luzes, o século XVIII. É o pai da economia moderna, e é considerado o mais importante teórico do liberalismo econômico.

Habilidade: ler de modo filosófico textos de diferentes estruturas e registros


BomBurguer - http://www.bomburguer.net/


Leite Longa Vida Integral Batavo - 1 litro
Supermercado 1 R$ 3,49
Supermercado 2 R$ 3,55
Supermercado 3 R$ 3,39
Maio de 2020

Habilidade: ler textos filosóficos de modo significativo

A Riqueza das Nações (1776/84)

Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro, ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas de sua consideração a seu próprio interesse. Dirigimo-nos não a seu sentimento de humanidade, mas sim a seu amor-próprio, e nunca falamos a eles de nossas necessidades, mas sim de suas vantagens. Ninguém salvo um mendigo escolhe depender primordialmente da benevolência de seus concidadãos. Mesmo um mendigo não depende dela inteiramente. A caridade de pessoas bem dispostas, de fato, o aprovisiona com o fundo total de sua subsistência. Mas com o dinheiro que um homem lhe dá ele compra comida. As roupas velhas que alguém lhe concede ele troca por outras roupas velhas que lhe servem melhor, ou por abrigo, ou por comida, ou por dinheiro, com o qual ele pode comprar ou comida, ou roupa, ou abrigo, conforme for oportuno. (...)
Como cada indivíduo, portanto, se esforça tanto quanto ele puder seja para empregar seu capital em suporte à indústria doméstica, seja para dirigir aquela indústria de modo que seu produto possa ser do maior valor; cada indivíduo necessariamente trabalha para tornar a renda anual da sociedade tão grande quanto ele possa. Ele geralmente, de fato, não pretende promover o interesse público, nem sabe o quanto ele o está promovendo. Ao preferir o apoio da indústria doméstica à estrangeira, ele pretende apenas sua própria segurança; e ao dirigir aquela indústria de tal maneira que seu produto seja do maior valor, ele pretende apenas seu próprio ganho, e ele é neste, como em muitos outros casos, levado por uma mão invisível a promover um fim que não era parte de sua intenção. E nem sempre é pior para a sociedade que não fosse parte dela. Ao perseguir seu próprio interesse ele frequentemente promove o da sociedade mais efetivamente do que quando ele realmente pretende promovê-lo. (...)

Dicionário Filosófico

Liberalismo – é um sistema político-econômico baseado na defesa da liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal.

Mão invisível – Foi um termo introduzido por Adam Smith em "A Riqueza das nações" para descrever como numa economia de mercado, apesar da inexistência de uma entidade coordenadora do interesse comunal, a interação dos indivíduos parece resultar numa determinada ordem, como se houvesse uma "mão invisível" que os orientasse.

Habilidade: elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo

1 – Para satisfazer nossas necessidades precisamos de diversos setores da economia e de seus trabalhadores e empresários. Por que eles produzem todas as coisas de que precisamos?
(   ) pela sua benevolência, por sua caridade, pelo seu sentimento de humanidade
(   ) por seu próprio interesse, pelo seu amor-próprio, por suas vantagens
2 – Segundo Smith, quando preferimos nossas vantagens pessoais acabamos promovendo, sem intenção, a riqueza da nação?
(   ) Verdadeiro                                                                  (   ) Falso
3 – O que é a “mão invisível” na teoria econômica de Adam Smith?
4 – Pesquise os preços de um mesmo produto em três estabelecimentos diferentes e relacione-os.
5 – Segundo Adam Smith quem deveria regular os preços do item pesquisado?
6 – Quando há um acordo comercial entre empresas produtoras para distribuir entre si cotas de produção e os mercados, e determinar os preços, suprimindo a livre concorrência, têm o crime de:
(   ) Formação de Máfia                                                    (   ) Formação de Cartel
7 – Quando uma empresa lança no mercado produtos pelo preço de custo, ou abaixo do custo, para prejudicar a concorrência, ela está cometendo a ilegalidade de:
(   ) Uprising                                                                     (   ) Dumping
8 – O que é “laissez faire”?
9 – O que é o liberalismo (econômico e político)?
10 – (VESTIBULAR) O Liberalismo como ideologia da burguesia está alicerçado sobre quais princípios fundamentais?
A) Propriedade privada, liberdade de pensamento, igualdade jurídico-política.
B) Igualdade de classe, liberdade de pensamento, materialismo.
C) Propriedade privada, corporativismo, liberdade de expressão.
D) Igualdade jurídico-politica, fraternidade, exaltação ao misticismo.
E) Igualdade de classes, liberdade religiosa, corporativismo.